Andamento da campanha obriga
Teresa Leitão a enfrentar Marília
Surgido a partir de uma base sindical sólida que busca manter até hoje – Lula iniciou sua campanha este ano em frente a fábrica de automóveis em São Bernardo do Campo – o PT execrou seus adversários sindicais através dos tempos, batizando-os, genericamente, de “pelegos”. Sinônimo de capacho, a palavra pelego é um termo pejorativo, e indicaria que o líder sindical não petista é bajulador de patrões, não merecendo crédito. Este final de semana esta foi a forma utilizada pela deputada e candidata ao senado Teresa Leitão(PT) para cutucar a candidata a governadora Marília Arraes (Solidariedade) sua ex-colega de partido.
“Paulinho é o maior pelego do movimento sindical do Brasil. Ele que não se meta a valentão conosco pois a cor dele nunca foi vermelha. A cor dele sempre foi alaranjada”, disse ela referindo-se a Paulinho da Força, líder sindical paulista e presidente do Solidariedade, partido ao qual Marília se filiou quando foi preterida pelo PT para ser candidata a governadora. Segundo Teresa Paulinho, que é hoje dirigente do único partido de centro a apoiar a candidatura de Lula, teria se juntado a partidos de oposição ao PT para votar contra os trabalhadores.
Vai dar certo a tática de enfrentar Marília por porta detravessa? É difícil saber mas Teresa, incomodada com o fato da deputada federal estar usando as cores do PT e a foto de Lula e figurar em primeiro lugar nas pesquisas, encontrou uma forma de chegar nela sem bater de frente. Antes ela mesma já tinha chamado o palanque da candidata do Solidariedade de “um ajuntamento de ressentidos”. Esta segunda em entrevista à Radio Jornal mesmo instigada, porém, Teresa evitou criticar Marília e até reconheceu suas qualidades mas deixou claro que o seu projeto é o do PT que fez aliança com a Frente Popular e Danilo Cabral.
O dilema de Teresa são os votos que tem com Marília
Na verdade, além de estar defendendo que as mulheres candidatas este ano à eleição majoritária devem manter um posicionamento cordato, Teresa tem um grande dilema pela frente: é cobrada pelos socialistas para ajudar cada vez mais Danilo, já que pontua melhor do que ele nas pesquisas, e, ao mesmo tempo, se cair na vala comum, pode perder muitos votos. Petistas que se aliaram à candidata do Solidariedade e fazem oposição a Danilo admitem votar nela para o senado mas em situação de conflito a coisa pode mudar, como lembrava ontem um deputado estadual da Frente Popular.
Orçamento secreto
A candidata Marília Arraes precisou se pronunciar esta segunda-feira sobre matéria do Valor Econômico que publicou uma lista de deputados candidatos a cargos majoritários que teriam pedido e recebido verbas do Orçamento Secreto e citou a parlamentar como tendo pedido R$ 3,6 milhões em emendas do relator (o orçamento secreto) para compra de equipamentos agrícolas para municípios do interior. A assessoria da candidata enviou nota ao Blog de Jamildo confirmando que ela solicitou esta quantia à Codesvasf mas “o pedido ainda não foi atendido”. Concluiu que a candidatabusca recursos para Pernambuco “independente de correntes políticas”.
Raquel chama Paulo de “omisso”
A candidata Raquel Lyra disse essa segunda-feira, em entrevista a emissora de Rádio de Caruaru, que o governador Paulo Câmara “agiu com absoluta omissão em relação às demandas não só de Caruaru mas de todos os municípios pernambucanos”. Referia-se ao fato de, como prefeita, não ter recebido qualquer ajuda do governo para iniciativas importantes como o São João de Caruaru e concluiu “isso é política pequena. Então, por acaso, se tivesse adversários do governo em Recife e Olinda não ia ter carnaval?” – indagou. Raquel, que se queixa de não ter sido sequer recebida por Paulo, engoliu seco quando este ano ele liberou vultosos recursos para a festa junina, ao contrário do que acontecia na sua época.
Pergunta que não quer calar: como vai estar o ambiente político na próxima semana após o início da propaganda eleitoral?
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