Notícias,  Saúde

Alerta: Mais de 300 mil casos de paradas cardíacas ocorrem por ano no Brasil

O cenário provoca preocupação no sistema de saúde e exige melhor capacitação dos profissionais. O treinamento com simulações têm se mostrado eficaz

No Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 14 milhões de pessoas apresentam alguma doença cardiovascular e, pelo menos, 400 mil morrem por ano, o que corresponde a cerca de 30% das mortes de brasileiros. Uma das consequências ocasionadas por essas doenças é a parada cardiorrespiratória, condição que acontece quando o coração para de bater ou não bate corretamente, fazendo com que o sangue não chegue a todos os órgãos do corpo.

São mais de 300 mil casos de parada cardiorrespiratória por ano no país, segundo dados do Ministério da Saúde. Conhecida também como parada cardíaca, é uma condição que representa uma situação de emergência, pois pode levar à morte em poucos minutos. Segundo Jorge Carvalho, médico e coordenador da clínica médica do Centro de Simulação (CSim) da Faculdade Pernambucana de Saúde, existem alguns sintomas que podem preceder esse quadro. “Dor forte no peito – que irradia para o abdômen ou costas – dor forte de cabeça, falta de ar ou dificuldade em respirar, visão turva ou embaçada, suores frios e palpitações”, detalha.

Estudo da American Heart Association (AHA) aponta que 90% das pessoas que sofrem paradas cardíacas morrem antes de chegar ao hospital, diante de uma emergência médica que pode ocorrer em qualquer lugar e momento. Cada minuto sem intervenção reduz a chance de sobrevivência em cerca de 10%. “Nesses casos, é de extrema importância iniciar a massagem cardíaca – com as mãos entrelaçadas entre os peitos e dois empurrões por segundo, com a vítima em uma superfície rígida e de barriga para cima – e chamar a ajuda médica o mais rápido possível”, orienta Jorge.

Para ele, é um cenário que, mesmo com todos os avanços, ainda apresenta muitos desafios no âmbito da saúde. “O desfecho de paradas cardíacas está aquém do desejado e ainda há muito despreparo profissional para lidar com esse tipo de situação”, completa.

Importância da Simulação

Por isso, o treinamento em simulação vem se destacando como uma ferramenta pedagógica essencial, além de contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento à saúde. “Ao recriar cenários reais de atendimento, a simulação permite que os alunos e profissionais desenvolvam habilidades técnicas e comportamentais, preparando-os ainda mais para a prática profissional”, explica Brena Melo, médica e coordenadora acadêmica do CSim FPS. Ela conta que, antigamente, o treinamento do atendimento a paradas cardíacas era feito de maneira mais teórica e, quando havia prática, envolvia manequins básicos que não ofereciam feedback sobre a qualidade do procedimento, como a pressão das compressões torácicas, a ventilação ou o ritmo das manobras. “Isso deixava margem para erros, especialmente em momentos de emergência real, onde os profissionais enfrentam alta pressão e pouca margem para falhas”, acrescenta a profissional.

Redação com assessoria Foto: divulgação

e-mail:redacao@blogdellas.com.br

Compartilhar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *