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Alepe discute tombamento de área histórica de Abreu e Lima

O tombamento do Sítio Histórico de São Bento, em Abreu e Lima, na RMR foi debatido em Audiência Pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Alepe, nesta segunda. Representantes do Governo e da sociedade civil defenderam a preservação do local, que está em ruínas. A discussão envolve aspectos históricos, de resgate da memória; ecológicos, de preservação natural; e econômicos, de disputa territorial.

A professora do Departamento de Arqueologia da UFPE, Cláudia Oliveira, apresentou informações sobre a área que, segundo ela, é um complexo histórico com potencial para ser um museu a céu aberto. “Nossa proposta, para o desenvolvimento da área, se pensou num parque estadual que pudesse integrar e preservar os aspectos ecológicos e culturais de lá. E, lá, a gente encontra as ruínas da Fazenda de São Bento, muito rica em história, em vários aspectos; encontramos um dos primeiros engenhos instalados no Litoral Norte de Pernambuco, que são as ruínas do Engenho Jaguaribe; e também tem a estrutura do Forno da Cal, belíssima, que poderia ser transformada em um museu sobre a tecnologia da produção.”

Moradores da região denunciaram o abandono do Sítio Histórico. A Igreja de São Bento, que integra o local, foi erguida em 1660 e é considerada marco da história de Pernambuco. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Abreu e Lima, Severino Farias fez um apelo pela conservação da área. O secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Natalício Alves, informou que há licitações abertas para o escoramento das ruínas da Igreja e para a reestruturação da estrada que dá acesso à região.O assessor jurídico da Fundarpe, Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Augusto Eugênio, informou que a proposta de tombamento deve ser encaminhada ao órgão. “Há uma solicitação de uma propositura do tombamento a ser apresentada pelo presidente do Instituto, e a Fundarpe aguarda esta proposta de tombamento para abrir o processo. Já passamos todas as nossas observações, então estamos aguardando que se movimentem para isso. Processo de tombamento não tem prazo, ele é muito elástico.”Um entrave relacionado a esse trâmite é a identificação da propriedade do terreno. Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, o deputado Mário Ricardo, do Republicanos, afirmou que essa investigação está em curso. “O Ministério Público está fazendo esse levantamento para saber quem é o proprietário das terras. Vai fazer uma pesquisa nos cartórios de Abreu e Lima, de Itamaracá, de Igarassu, para poder descobrir a quem pertencem aquelas terras. Agora, independente de a quem pertença ou não, o fato é que existem as ruínas, elas têm uma importância histórica, precisam do tombamento e nós vamos ‘startar’ esse tombamento.”

A importância de resguardar a memória do local foi reforçada por Monsenhor Manoel Marques de Miranda, pároco da Igreja de São José, em Abreu e Lima. Ele lembrou um episódio que também ocorreu no local, em 1973. O caso, conhecido como massacre da Granja São Bento, envolveu o assassinato de seis integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária em Pernambuco, que lutavam contra a Ditadura Militar. Também estiveram presentes na Audiência Pública representantes da Secretaria de Turismo de Pernambuco, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, da Câmara Municipal de Abreu e Lima, além da senadora Teresa Leitão, do PT.

Redação com Alepe- Foto- Divulgação

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