A vida é uma festa. Com biótipos por todos os lugares

 

Quem de nós não já desejou ter outro biotipo? O último filme da Pixar – “ Red: Crescer É Uma Fera “- aponta para este debate, com uma nova visão sobre corpos femininos e sobre a própria infância, adolescência. E instiga, de forma correta a analisarmos o tema. É um quase alívio para quem assiste. “Red” É um filme para ser visto com um grupo de amigos. E um filme para ser visto pela família. É um filme para ser visto por quem é crítico demais sobre o outro. É um toma pra lá em direção a gente mesmo. É um filme para ser visto pelos meninos. Pelo pai. Pela mãe. Por muitos.

 

“Red: Crescer É Uma Fera” é dirigido por Domee Shi. Esse é o primeiro longada diretora chinesa, vencedora do Oscar de Melhor Animação em Curta-Metragem pelo filme Bao, em 2019. Talvez por ser mulher ela entendeu tão bem e retratou sentimentos de “meninas em crescimento “com tanta perfeição. Que soube contar sobre essa fase da adolescência , em direção a protagonista Meilin Lee, de 13 anos que se transforma em um gigante panda vermelho sempre que fica muito animada, estressada ou triste. Aqui a transformação guiada pelas emoções é uma metáfora para a puberdade. Libere a sua fera.

 

Uma pena que o filme não esteja nos cinemas e só posso no momento ser visto na Disney+. Sabemos que nem todos possuem acesso aos serviços de streaming.

 

Mas voltando aos biótipos: As quatro meninas presentes nessa produção vivem em Toronto, gostam de sair depois da aula e são apaixonadas por uma boy band no estilo dos Backstreet Boys ou do ‘N Sync, que faziam sucesso nos anos 2000. Mas as quatro estão longe de se parecerem fisicamente umas com as outras. Ser adolescente em “Red” pode significar ter um corpo magro ou gordo, ser baixa ou alta, ser branca, asiática ou negra. No auge da raiva cheia de hormônios dessa fase da vida, pode significar até se metamorfosear num gigantesco panda vermelho peludo.É uma variedade de corpos de garotas que estão começando a passagem para a vida adulta. O vermelhidão do panda, ludicamente evoca justamente o momento da vida “em que as meninas menstruam e todos estão sempre com o rosto corado por vergonha, raiva ou qualquer outro sentimento na montanha-russa emocional que vivemos”.

 

A adolescência feminina sempre foi um tema que causou desconforto. As meninas com frequência aparecem como uma figura fútil, rebeldes, enjoadas. Já em “Red” as garotas estão inseridas em um contexto mais próximo daquele da vida real. O filme é lúdico. Tocante. Coisa mais linda esse filme.

 

Redação do Blog Dellas. Imagens do filme “Red”- Divulgação

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