A série ‘Bobby’ Kennedy discute o mito e a época Kennedy
O senador democrata Robert Kennedy morreu em 1968, vítima de um atentado à bala no Hotel Ambassador em Los Angeles. Vencedor das primárias na Califórnia, era tido como favorito à presidência dos Estados Unidos na eleição seguinte. A história do crime e sua complexa trajetória é exposta na série Bobby Kennedy para Presidente, da Netflix. Uma ótima opção para quem procura dicas para maratonas, gosta de política e se interessa por grandes histórias.
São quatro episódios, com total de 4h05 de duração. Vai do ambiente familiar do clã Kennedy, no qual o verbo “perder” não era conjugado, às teorias de conspiração surgidas para explicar o espantoso assassinato de Bobby pelo palestino de 25 anos, Sirhan Bishara Sirhan. A série traz amplo material de arquivo, expõe as explosões sociais e manifestações antirracistas nos EUA na época , mesmo após a assinatura da Lei dos Direitos Civis.
A série retrata , entre outras curiosidades, uma revolta de seis dias contra a violência policial sofrida pelos negros em Los Angeles. O documentário mostra cenas como a de um homem refletindo alto: “Cansamos de ser parados, de ser maltratados pela polícia”. Tudo se passou há mais de 50 anos. Porém reflete também os dias atuais .
A produção recua no tempo e chega à campanha presidencial do irmão John F. Kennedy, na qual Bobby foi coordenador. Passa por sua atuação como Attorney General (um cargo que equivale às funções do ministro da Justiça e do Procurador-Geral) e pelo assassinato de John Kennedy então presidente dos Estados Unidos. E vai até o atentado que lhe tirou a vida, minutos depois de fazer o discurso da vitória nas primárias democratas da Califórnia. Sem narrador, o documentário costura arquivo e testemunhos de figuras-chave que participaram daquele período. Ao , algumas muitas reflexões: o que teria acontecido com os EUA caso Bobby Kennedy, e não Richard Nixon, tivesse chegado à Casa Branca?. Também fica ecoando o que diz John Lewis. O congressista veterano que marchou com Martin Luther King Jr. e foi assistente de campanha de Robert F. Kennedy indaga, antes de cair em choro compulsivo: “O que está acontecendo na América? Perder Martin Luther King Jr. e, dois meses depois, Bobby Kennedy?”.
A série tende a enxergar seu personagem como um homem bom, sensível às questões sociais e entregue à causa pública. Mas não omite suas falhas e menciona a participação no comitê macarthista de caça aos comunistas. É um retrato honesto de um Kennedy que poderia ter ido muito longe se não tivesse sido morto. Faz pensar no passado mas a série nos traz a refletir também o presente.
Radação Blog Dellas com informações dos veículos.
Foto: Netflix Divulgação