A beleza dos Caboclinhos em livro e também em CD-Audiobook para pessoas cegas

O lançamento no Recife sera dia 20 próximo

Após lançamento em Goiana, Terra dos Caboclinhos, o livro CABOCLINHOS: Subsídios para a Salvaguarda e Pesquisa, um projeto para ajudar a tirar o Caboclinho da invisibilidade aos olhos dos poderes públicos que fazem a Cultura oficial e de parte da mídia comercial, será lançado no Recife. O evento será na Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, dia 20 próximo, as 15h, ( Rua João Lira, s/n, no Parque 13 de Maio, Santo Amaro – Recife) em comemoração à Semana do Livro e da Biblioteca.

No lançamento , Maria Oliveira e Lucas Oliveira farão recital com releituras de músicas da Jurema, complexo religioso ao qual os caboclinhos são ligados, e da tradição indígena do Nordeste.

Um diálogo importante está estabelecido no Projeto com a comunidade das pessoas com deficiência visual, que receberá 100 cópias especiais dos livros em CD – audiobook, narrado pela atriz e bibliotecária Maria Oliveira e pelo próprio Lucas Oliveira, com o conteúdo integral dos textos, disponível em https://www.youtube.com/playlist?list=PLAXPyyT6nc-MCRpscqJrquJmNAsImgQ5h .

O Projeto CABOCLINHOS: Subsídios para a Salvaguarda e Pesquisa revela esse folguedo tão pernambucano, tão nordestino, seus encantos, seu passado indígena, sua religiosidade ancestral e os desencantos de quem faz essa cultura pelas dificuldades com que resiste por mais de um século.

Com o incentivo do FUNCULTURA/FUNDARPE/SECULT-PE, tem como proponente o etnomusicólogo e doutorando em musicologia Lucas Oliveira de Moura Arruda. Ele participou do processo de registro do forró e do repente como patrimônio imaterial brasileiro, pelo IPHAN. Neste livro, Lucas é um dos organizadores, ao lado de Climério de Oliveira, Washington Guedes e Sandro Guimarães. O Projeto foi idealizado pelo Laboratório de Antropologia, Arqueologia e Bem Viver (LAAB), da Universidade Federal de Pernambuco, NCV/CAA.

Destaque para a importante interlocução na participação de Washington Guedes de Souza, músico gaiteiro e representante político da Tribo Canindé do Recife, como um dos seus organizadores.

Quatro dos oito autores participaram do registro dos Caboclinhos como Patrimônio Cultural do Povo Brasileiro pelo IPHAN, na categoria Formas de Expressão (2016): Sandro Guimarães de Salles, coordenador da pesquisa; Climério de Oliveira, etnomusicólogo, e os antropólogos Leonardo Leal Esteves e Jaqueline de Oliveira e Silva.

Os demais pesquisadores estão ligados a importantes pesquisas sobre os Caboclinhos: a etnomusicóloga Marta Sanchís Clemente, que realizou pesquisas em João Pessoa-PB; a dançarina e antropóloga Maria Acselrad e o historiador Severino Vicente, responsáveis por importantes pesquisas entre os grupos de Caboclinhos de Goiana-PE.

Para Lucas Oliveira, “participar do livro tem todo um lado sentimental, afetivo e um aprendizado real de vida, porque esse pessoal tem uma religiosidade muito forte, uma ligação com a natureza de uma forma muito bonita, além de uma força muito grande, estar em contato com o caboclinho é estar em contato com uma grande força, seja da natureza, seja dos corpos, das atitudes com relação à política, à vida, os caboclinhos trabalham muito com essa coisa da força e a força do ser humano”. Lucas também é um apaixonado pela música do caboclinho, “pelo instrumento musical, da gaita, uma flauta reta, algo muito mágico que trabalha muito sobre as melodias da jurema, o que mostra essa religiosidade”, explica sem conseguir esconder o seu entusiasmo e amor por essa cultura.

O Projeto tem o apoio do Funcultura PE e livro editado pela Appris Editora de Curitiba, Paraná.

Redação com assessoria/ Fotos/ Divulgação /Gustavo Túlio

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