Festa junina encareceu. São 35 vilões atrapalhando o arrasta-pé
“Ontem eu sonhei que estava em Moscou; dançando pagode russo na boate Cossacou…”
(Luiz Gonzaga)
Moscou nada tem com isso, mas a guerra da Ucrânia contribuí: Ir ao arrasta-pé junino está bem caro. Nem o retorno das tradicionais festas juninas, após dois anos de pandemia de Covid-19, escapa da disparada da inflação no país. O motivo é a alta dos preços de alimentos usados no preparo do cardápio com receitas típicas dos arraiás – canjica, pamonha, bolos, cachorro-quente , etc.
Em uma cesta básica com 35 alimentos e bebidas medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), 34 ficaram mais caros no acumulado de 12 meses até maio.O tomate, que pode ser aproveitado em lanches como o cachorro-quente, teve a maior disparada no período: 80,48%.Açúcar refinado (36,28%), açúcar cristal (34,70%), óleo de soja (33,80%), mandioca (31,26%) e cebola (30,34%), ingredientes de receitas d, vêm na sequência.Leite longa vida (28,04%), farinha de trigo (25,39%), fubá de milho (24,67%), maçã (24,28%) e maionese (23,98%) tampouco escaparam da alta.Outros alimentos associados ao cardápio do período festivo, como milho em grão (23,55%) e bolo (18,49%), também avançaram.
A carestia ainda alcançou as bebidas consumidas nas festas. O refrigerante e a água mineral subiram 11,70%, enquanto a cerveja aumentou 9,11%, de acordo com o IPCA-15.Da amostra com 35 produtos analisados, o arroz (usado no preparo da receita típica na versão arroz-doce) foi o único que registrou queda em 12 meses. O alimento recuou 10,80% até maio, após ter disparado na fase inicial da pandemia. O IPCA-15, divulgado pelo IBGE subiu 12,20% em termos gerais no mesmo período.
Segundo analistas, o consumidor tende a encontrar pratos juninos mais caros devido a uma combinação de fatores neste ano. Um deles é a alta dos custos de produção de alimentos, desde o campo até as cidades. Insumos passaram a custar mais na pandemia, e o gasto com o transporte da comida subiu em meio à disparada dos combustíveis no Brasil. O clima também pressionou parte dos preços nos últimos meses, já que fenômenos extremos danificaram plantações. Houve seca no Sul, além de fortes chuvas no Sudeste e no Nordeste. Com a oferta reduzida, parte dos preços aumentou. Por fim, commodities agrícolas, incluindo milho, soja e trigo, tiveram valorização no mercado internacional, o que contribuiu para as pressões ao longo das cadeias produtivas.A Guerra da Ucrânia, distante de nós, também teve impacto na subida de commodities como o trigo, matéria-prima para pães, massas e bolos.
Blogdellas com fotos e informações dos veículos (Folha de S. Paulo) e assessorias.
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