Partido que criou o “real”, o bolsa escola , e introduziu o celular no Brasil, PSDB chega ao fim

 

Formado inicialmente por grandes políticos oriundos do MDB como Franco Montoro, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, em cuja administração como presidente nasceu o real, moeda que pôs fim à hiperinflação e até hoje sustenta, com bases sólidas, a economia brasileira, o PSDB deixou de existir esta quinta-feira quando sua executiva nacional, com aval de todos os estados onde a legenda tem filiados, aprovou a fusão do partido com o Podemos, uma legenda bem mais recente e que ainda está começando a construir a sua história. A fusão foi a forma encontrada para o PSDB, que teve fortes candidatos a presidente após FHC como José Serra,  Geraldo Alckmin e Aécio Neves, mas que perdeu recentemente dois dos seus três governadores – Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul – não fechasse as portas por completo.

Vai surgir dessa fusão uma legenda para abrigar os dois partidos com o nome inicial de PSDB/Podemos mas uma nova denominação está sendo pensada. “Estamos buscando dar ao Brasil uma alternativa vigorosa, honrada, ética, mas, sobretudo, capaz de fazer as transformações que os outros não fizeram até aqui”- disse Aécio Neves sobre a decisão desta sexta-feira ao lado do presidente atual da legenda, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel que pode não permanecer no novo partido.
            

A fusão vai dar a possibilidade de o novo partido não ser atingido pela cláusula de barreira que não garante tempo de TV e nem fundo partidário para as legendas nanicas. O PSDB, que governou o estado de São Paulo e sua capital por 16 anos,  tem hoje 13 deputados federais e 3 senadores e o Podemos 15 deputados federais e 4 senadores. Tão logo a fusão seja aprovada pelo TSE – o Podemos ainda vai fazer sua reunião autorizando o processo – será definido qual dos dois grupos vai presidir o novo partido. A possibilidade maior é de que a deputada federal Renata Abreu, presidente do Podemos, assuma o posto.
            
A questão pernambucana

Em Pernambuco, onde o partido foi muito forte sob a direção do senador Sérgio Guerra, pode haver disputa pelo comando da nova legenda. O PSDB está sendo dirigido pelo presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, que participou da convenção que autorizou a fusão, em Brasília. O Podemos tem como presidente o ex-prefeito e atual presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, Marcelo Gouveia. A decisão por um ou outro vai depender dos critérios que vão ser determinados para cada unidade da Federação. Álvaro declarou que saiu motivado “para seguir fortalecendo o PSDB no estado com diálogo e trabalho para que cheguemos fortalecidos nas eleições de 2026”.

Sintepe no meio da crise

Depois que a governadora Raquel Lyra recebeu a direção do Sindicato dos Trabalhadores e Educação em Pernambuco para explicar que o projeto de reajuste da categoria só vai ser votado depois que entrarem na pauta da Alepe os dois projetos que estão na frente da fila – o empréstimo e a questão de Fernando de Noronha – mas se comprometendo a pagar o reajuste tão logo ele seja aprovado, o presidente da Assembleia, deputado Álvaro Porto convidou o Sindicato para um encontro na próxima segunda-feira. Se até lá nada for resolvido os professores prometem entrar em greve.

Se a nova legenda que será criada com a fusão PSDB/Podemos for presidida no estado pelo deputado Álvaro Porto, os atuais dirigentes do Podemos vão aceitar de bom grado? O mesmo acontecerá se for o Podemos o partido escolhido para ocupar o posto?

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