Florestas – Por Jorge Petribu*

 

Todos nós somos unânimes, sobre a importância das florestas e seus inúmeros benefícios.Acredito que essa certeza é compartilhada por toda humanidade civilizada, independente de sua ideologia, religião, origem ou cor da pele.

Atualmente, com a proximidade do evento da COP30, o assunto tem tomado parte das nossas conversas diárias. Penso, que devemos preservar as florestas em todo o mundo. Em especial, naqueles países, que suprimiram os seus patrimônios de cobertura vegetal, há algum tempo.

Por que os financiadores estrangeiros, que tanto alardeiam, não financiam as recuperações das florestas em seus próprios países?

Lendo a Veja Negócios n13 – abril/25, vejo uma boa reportagem, intitulada ; ESG|COP30. É sobre esta, que gostaria de fazer uma reflexão, em alguns pontos, nos quais tenho uma visão diferente. Culpam a Transamazônica pela devastação de 20 % da floresta. Ora! É importante ressaltar que para fiscalizar e ocupar um território, se faz necessário: linhas de transmissão, rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e etc..

Temos vizinhos que sofrem com a ocupação das suas florestas, por terroristas, crime organizado e narcotraficantes, justamente por falta de uma boa infraestrutura, para uma firme posse territorial e consequentemente, um efetivo domínio da fiscalização.

É perfeitamente possível, que o progresso e natureza caminhem juntos. Temos o exemplo de várias localidades, como Canadá, Escandinávia, Alasca, Islândia e tantas outras.

Mas, quando se fala em gastar US$ 24.000.000.000,00 para recuperar e replantar 12.000.000 de hectares até 2030, aí me vem na cabeça: Por que não conservar o que temos, fiscalizando de forma mais diligente, cientifica e eficiente e usar esses recursos para acabar com as favelas, palafitas e os tantos mocambos, que diariamente vemos em nossa paisagem, quando vamos ao trabalho, ao teatro, ao restaurante, a casa de campo e outros lugares bacanas?

O problema da miséria é bem maior que o da desigualdade ou o meio ambiente.

Desde criança vejo campanhas das diversas entidades filantrópicas mundiais, solicitando contribuições para atender a população carente, de países pobres, do hemisfério Sul.  Até quando vamos continuar a ver a mesma convocação?

Será que, caso o mundo desenvolvido levasse conhecimento, em vez de esmolas, poderíamos ter uma forma mais libertária, dando a oportunidade de, em futuro próximo, as pessoas terem a dignidade para ter o seu próprio sustento e comprar o seu alimento?

Vejo o governo brasileiro gastar anualmente, no semiárido, aproximadamente, R$ 1.500.000.000,00, só com distribuição de água em carros pipa, fora os outros benefícios sociais.

Tenho certeza, que caso esses recursos fossem dados, sob a administração, da nossa competente, Alcione Albanese, do Amigos do Bem, estaríamos muito mais perto de uma solução definitiva para esse crônico problema.

Penso que não está certo gastar R$ 400.000.000,00, com a organização de uma conferência em Belém e deixar vários trabalhadores que pagam indiretamente essa conta, em corredores de hospitais, à espera, que uma boa alma venha aliviar o sofrimento.

Será que a preocupação contundente para com o meio ambiente e a cegueira sobre os invisíveis trabalhadores, deve ser porque no primeiro caso os ricos também serão atingidos?

Caso as catástrofes ambientais, só atingissem os menos favorecidos, haveria uma comoção tão grande?

O meio ambiente não é mais ou menos importante, que uma moradia digna, um transporte eficiente, uma escola de qualidade, uma saúde acessível e uma segurança que dê tranquilidade para o cotidiano das pessoas, independente da condição de cada indivíduo.

Continuo firme no propósito de termos um mundo mais sustentável. Mas importante sairmos do palco e descermos para o chão de fábrica, a fim de conhecermos a verdadeira necessidade de quem, diariamente, mantem vivo esse país.

*Jorge Petribú é empresário
E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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