Movimentos de Raquel garantem 104 prefeitos na sua base e mudam quadro político do estado

Se um governador em qualquer estado brasileiro toma uma posição como a da governadora Raquel Lyra que, em uma semana, conseguiu desfiliar 32 prefeitos do PSDB e levar 31 deles a ingressar ao seu partido, o PSD – o 32.o é Rodrigo Pinheiro, de Caruaru, que saiu do PSDB mas ainda não se filiou ao PSD, pois estava viajando – é natural que o quadro partidário do estado mude num piscar de olhos. E foi isso que aconteceu esta segunda-feira quando o PSD, que tinha elegido 20 prefeitos em 2024, e com as filiações em massa atingiu o número de 57 prefeitos, tornando-se, de longe, a maior legenda pernambucana.
O PSB, do prefeito do João Campos, por exemplo, continua sendo a segunda legenda com maior número de prefeitos – tem 28 – mas ficou com menos da metade do PSD. Dos 31 prefeitos que elegeu em outubro, o PSB perdeu três, sendo dois deles para o PSD de Raquel – Lindonaldo, de Frei Miguelinho e Gilberto Ribeiro, de Flores – e a prefeita de Lagoa Grande, Catharina Garziera que foi para o MDB mas é da base aliada da governadora. O prefeito Miruca, de Água Preta, também eleito pelo PSB, estaria de malas prontas para se filiar ao PP, deixando os socialistas com o comando de apenas 27 dos 184 municípios pernambucanos.
O terceiro maior partido em número de prefeitos é o PP que elegeu 24 e deve chegar a 25. Em quarto lugar vem o Republicanos, do ministro Sílvio Costa Filho, que tem 20 prefeitos depois que perdeu dois para o PSD por interferência da governadora: Marcelo de Alberto, de Inajá e Rogério Ferreira, de Jatobá. O MDB é o quinto com o maior número de prefeitos: tem 13. Depois vem o União Brasil, com 9 – perdeu um para o PSD, Janjão de Bom Jardim. Em seguida vem, pela ordem, Avante, com 8; Podemos com 8; PT, com 6; PV com 5; PL com 2 e PDT, PCdoB e Solidariedade, com apenas um prefeito cada. O único município pendente é Goiana que vai ter eleição suplementar, mas os dois candidatos são da base do Palácio.
Números do Governo e da Oposição
O quadro ainda vai evoluir – é o que se garante nos corredores do Palácio das Princesas, onde se diz que a governadora já tem mais de 120 prefeitos comprometidos com ela. Estima-se que o PSD chegará a mais de 60 prefeitos. Nas contas de hoje, Raquel já conta com 104 prefeitos, declaradamente, na sua base através da soma dos filiados ao PSD, PP, Avante, Podemos, PV e PRD. A oposição em si formada pelo PSB, Republicanos e PCdoB tem 49 prefeitos. Os demais estão em partidos que ainda não se definiram claramente como MDB (embora muitos prefeitos emedebistas já estejam comprometidos com o Palácio), PT, onde também há prefeitos fiéis à governadora, PL, PDT e Solidariedade.
Frustração dos Sindicalistas
Os tempos de embate vividos na Assembleia Legislativa estão deixando frustrados os sindicalistas defensores das polícias. Há mais de uma semana não há nas sessões plenárias quórum suficiente para votar um projeto de lei que propõe a extinção da cláusula de barreira nos concursos da área de segurança. Esta terça-feira eles finalmente acreditaram que ia dar quórum pois a retirada da PEC das emendas não imporia riscos ao Governo. Mas como seguro morreu de velho grande parte dos governistas não estava presente na hora da votação e mais uma vez houve frustração da plateia presente nas galerias.

Quantos prefeitos o PSB ainda pode perder para o PSD de Raquel?
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