Lula surpreende com Gleisi nas relações com o Congresso e mercado reage

 

Após ter nomeado Alexandre Padilha para o Ministério das Relações Institucionais e precisar substituí-lo – Padilha deixou de falar até com o presidente da Câmara dos Deputados por absoluta falta de jogo de cintura – o presidente Lula, todos imaginavam, iria colocar no cargo alguém mais afeito ao diálogo para cuidar do relacionamento com o Congresso. Esta sexta, porém, coroando especulações do início da semana, ele anunciou que a atual presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, assumirá a pasta e defendeu seu nome explicando que ela “vem para somar”.

A reação foi imediata: a bolsa caiu, o dólar subiu, e no meio político teve o efeito de uma bomba a escolha tida, entre outras coisas, como o maior erro do presidente. Por que o mercado reagiu? A explicação foi a de que Gleisi é uma derrota para o ministro da fazenda, Fernando Haddad, que vem enfrentando o núcleo duro do PT para equilibrar a economia, do qual a deputada faz parte. Diversas vezes ela fez pronunciamentos públicos desdenhando do controle de gastos enquanto Haddad lutava, com unhas e dentes, para evitar déficits ainda maiores das contas públicas.                   

Mas, assim como Lula que tentou vender uma Gleisi mais amena e conciliadora, petistas pernambucanos procuraram minimizar o impacto da escolha buscando explicações mais convincentes. Um deles disse a este blog que a presidente petista “foi uma das articuladoras da ampla aliança que garantiu o terceiro mandato de Lula” e que “extremamente operacional”. Acha que com ela o ministério vai cuidar da articulação com o Congresso mas também cobrar agilidade da máquina pública para que os projetos em andamento sejam agilizados para dar respostas à opinião pública. A nova integrante do primeiro escalão de Lula já acenou para o diálogo com o Congresso e telefonou para o ministro Haddad e para os presidentes da Câmara, Hugo Mota, e do Senado, Davi Alcolumbre, tentando quebrar.

E para quem imagina que ela é radical por si só uma petista de alto coturno afirmou a este blog que “Gleisi não fala nada que não seja antes acertado com o presidente Lula”.

Trump e Zelensky

O diálogo ríspido entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, esta sexta-feira causou perplexidade no mundo, sobretudo porque Trump chamou Zelensky para humilhá-lo diante da imprensa e com transmissão online. O presidente da Ucrânia não se intimidou e deixou claro não ter ficado satisfeito ao ser acusado por Trump de estar insuflando uma terceira Guerra Mundial. Em função da recepção desastrosa reservada para o ucraniano, o acordo sobre exploração de minerais entre os dois países não foi assinado e Zelensky teria sido convidado a se retirar da Casa Branca. Vários líderes europeus defenderam o presidente da Ucrânia.

Recesso carnavalesco

A coluna Giro Político não vai ser publicada durante o carnaval. Só volta quinta-feira, dia 06 de março.

Gleisi vai melhorar ou complicar ainda mais o relacionamento do presidente Lula com o Congresso?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

Compartilhar