Eleição da Amupe pode ser decidida por consenso. Governadora condena partidarização

“Não sou obstáculo a um entendimento. Se não tiver apoio da maioria dos prefeitos não serei candidato. Tanto posso ser o nome de consenso, já que 120 prefeitos me garantiram o voto, como posso sair para apoiar outra pessoa, desde que ela consiga unir mais do que eu”. Esta declaração é do atual presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, Marcelo Gouveia, candidato a reeleição no pleito marcado para o final de fevereiro. Em viagem de férias com a família, da qual regressa este final de semana, ele disse ontem a este blog que concorda com a declaração feita pela governadora Raquel Lyra para a qual não se deve partidarizar a eleição da entidade.

Para Marcelo “não cabe partidarismo na Amupe, nossa bandeira é o municipalismo e é assim que deve permanecer. Patriota, que fez história na presidência, nunca agiu em função de interesses partidários. Sabia fazer a distinção e por isso foi tão respeitado”. O presidente da comissão eleitoral que vai comandar o pleito, o prefeito do Cabo, Lula Cabral, concorda com Marcelo quanto á necessidade de um consenso: “a partir da próxima semana vou trabalhar por isso”.

Se depender da grande divisão hoje existente entre os prefeitos que se propõem a disputar, a união ainda está longe. Ontem, no primeiro dia de abertura de inscrições, cinco pré-candidatos já se colocaram no páreo: o próprio Marcelo, a prefeita Márcia Conrado, de Serra Talhada, Pedro Ermírio, de Aliança, Marcos Patriota, de Jupi, e Jandelson Gouveia, de Escada. “Tem tanto candidato que vai faltar prefeito para as chapas” afirma Lula Cabral, acrescentando: “cada chapa precisa conter 38 nomes, sendo 11 mulheres, para preencher os cargos e, se  esses cinco permanecerem até o final da disputa, seriam necessários 190 prefeitos para compor as cinco chapas e o estado só tem 184 prefeitos”.

Razão da pulverização

Não é novidade o consenso na Amupe. José Patriota fazia questão de, mesmo quando ficou fora da presidência, trabalhar por isso tanto é que na eleição do atual presidente Marcelo Gouveia ele conseguiu fazer uma composição entre Marcelo e Márcia Conrado,  então candidata a presidente. Ficou acertado que Marcelo seria o vice e, quando Márcia saísse para disputar a reeleição, ele assumiria. Foi o que ocorreu. O PP, que aposta todas as fichas no prefeito de Aliança, Pedro Ermírio, critica a candidatura de Marcelo, alegando que ele não é mais prefeito. Mas Lula Cabral explica: “ pelo estatuto, podem disputar em igualdade de condições prefeitos ou ex-prefeitos, desde que já tenham presidido a entidade”.

Marcos Patriota pode ficar fora

Nesta eleição por sinal há três candidatos que são ex-prefeitos. Além de Marcelo Gouveia, há Jandelson Gouveia e Marcos Patriota que também já deixaram as prefeituras. A diferença é que Marcelo e Jandelson, como atual presidente e ex-presidente, respectivamente, podem concorrer. Já Marcos Patriota deve ser impugnado pela comissão eleitoral por sua candidatura não está de acordo com o estatuto da Amupe pois ele nunca presidiu a entidade.

Primeiro mandato

O prefeito de Aliança, Pedro Ermírio, que já foi diretor da Caixa Econômica Federal, entrou na disputa com incentivo do PP mas também pelo fato de ter bom relacionamento com a Caixa que trabalha muito com os municípios. Sua candidatura, porém,  está ganhando resistência junto a alguns prefeitos que alegam que ele foi eleito em outubro e está, portanto, no primeiro mandato, não tendo a experiência necessária para dirigir a Amupe, que representa todos os municípios. A ver.

PIX, Lula e o Nordeste

 A nova pesquisa da Quaest, divulgada esta segunda-feira, mostra que a aprovação do presidente Lula no Nordeste caiu 7 pontos de dezembro para cá. A taxa de aprovação do presidente na região era de 67% e agora é de 60%. Como o único grande problema enfrentado pelo Governo Federal nesse período foi a celeuma em torno do PIX, obrigando o Palácio do Planalto a desistir de fiscalizar os gastos acima de R$ 5 mil mensais  de pessoa física pelo aplicativo, o próprio Instituto acredita que esse foi o principal fator para tão grande queda.

Quem a governadora Raquel Lyra, que já foi prefeita, prefere ter à frente da presidência da Amupe?

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