InstitutoRB mostra exibições em Super 8 na ação educativa CIME nesta quarta
Programação terá como convidado, o colecionador Edvaldo Mendonça , do município de Bezerros que vai apresentar parte de seu acervo
Uma programação lúdica. O último CIME – Cinema, Museu e Educação de 2024, a ser realizado no Instituto Ricardo Brennand, na Várzea, nesta quarta-feira, 27, a partir das 15h, será uma homenagem à Sétima Arte, com foco nos cinemas de rua e na produção em Super8 mm, que tem uma história importante a contar sobre um Recife efervescente na produção cinematográfica.
Se voltarmos um pouco no tempo, constatamos que, após o histórico movimento Ciclo do Recife, na década de 1920, a nossa capital enfrentava um período de marasmo na Sétima Arte. Entre 1973 e 1983, despontamos nos festivais graças ao Super8 mm. Era uma forma de filmar considerada uma alternativa de baixo custo, onde as gravações em 8mm, por câmeras lançadas pela Kodak, nos Estados Unidos, em 1965, serviam mais para uso amador. O lema era “fazer muito com pouco”. Muitos viviam do Super8 profissionalmente, cobrindo casamentos, batizados, aniversários e formaturas.
Mas existiam os inquietos que começaram a fazer arte cinematográfica com filmes curtos, como os cineastas Jomard Muniz de Brito, Fernando Spencer, Geneton Moraes, Celso Marconi, Paulo Cunha e Amin Stepple. Estes e tantos outros tornaram-se conhecidos nacionalmente pelas suas produções intelectuais. Quem gosta de cinema e não se lembra do “Palhaço Degolado”, de Jomard, e “Creuzinha Não É Mais Tua”, de Stepple? Obras revolucionárias quando o assunto era o cinema Super8. O movimento de produções em 8mm era tão ativo na capital recifense que, em 1976, foi criado o Grupo de Cinema Super8 de Pernambuco, que fez sucesso com suas programações.
Essa agenda do Instituto Ricardo Brennand, no CIME, terá como convidado o colecionador Edvaldo Mendonça, do município de Bezerros, que falará sobre sua paixão e exibirá para os presentes curiosos e apaixonados por cinema parte de seu precioso e variado acervo de equipamentos cinematográficos, filmes e cartazes de obras de época. Edvaldo promete exibir produções do universo do Super8, das produções em 16mm e também em 35mm, como “A Vida de Cristo”, datada de 1912, e outras obras da mesma temática, de 1980, para análises comparativas.
Ele explicará como começou sua coleção, ainda adolescente, em 1985, até os dias atuais, e o trabalho de preservação da memória que cultiva, bem como o esforço para manter as preciosidades do seu acervo. “Com as redes sociais, muita coisa mudou para colecionadores como eu. Agora fica mais fácil encontrar quem também coleciona e provocarmos trocas de conhecimentos, o que é enriquecedor”, diz, lembrando que continua ampliando seu acervo até hoje. Para esta edição do CIME, do Instituto Ricardo Brennand, ele levará um conjunto de 40 dos mais de 100 filmes que cataloga, além de modelos de projetores diferenciados, produzidos entre 1970 e 1980.
O CIME – Cinema, Museu e Educação é uma iniciativa do Ministério da Cultura, em parceria com o Instituto Ricardo Brennand, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (PRONAC 235689). Trata-se de uma ação educativa que associa a produção audiovisual ao acervo do Instituto Ricardo Brennand. A ação realiza a exibição de obras audiovisuais a partir da interlocução com as peças da coleção e de um tema emergente da sociedade. Em seguida, ocorre um debate com os diretores e produtores do filme e o público inscrito.
O Instituto Ricardo Brennand funciona de terça a domingo, das 13h às 17h. Informações: 2121-0365.
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