Equilíbrio Hormonal: o aliado esquecido na batalha contra a obesidade
A relação entre a queda hormonal e a obesidade é complexa, envolvendo vários mecanismos biológicos e comportamentais. Os hormônios desempenham um papel crucial na regulação do metabolismo, do apetite e da distribuição de gordura. Por esse motivo, as alterações hormonais podem influenciar o ganho de peso e a dificuldade em perdê-lo. Contudo, em grande parte dos casos, essa questão é negligenciada.
A queda hormonal pode ocorrer por diversas razões. Com o passar dos anos, há uma diminuição natural dos hormônios sexuais (estrogênio e testosterona), o que pode alterar o metabolismo e aumentar a predisposição ao ganho de peso. Nas mulheres, os níveis de testosterona diminuem, em média, cerca de 2% ao ano a partir dos 30 anos, e essa diminuição se intensifica a partir dos 40 anos. A testosterona é importante para a manutenção da massa muscular e para a regulação do metabolismo.
Ao atingir a menopausa, não apenas a queda da testosterona se intensifica, mas também a redução do estradiol e progesterona. A diminuição desses hormônios reduz a queima de calorias, aumenta a gordura abdominal e diminui a massa muscular, levando ao ganho de peso. Nos homens, a queda dos níveis de testosterona também se inicia por volta dos 40 anos, com uma redução média de 1,6% ao ano, que se intensifica aos 50 anos. A diminuição da testosterona pode resultar em aumento da gordura abdominal e perda de massa muscular, afetando negativamente o metabolismo.
Outro fator a ser considerado é o estresse crônico elevado, que aumenta os níveis do hormônio cortisol. O cortisol atua no metabolismo de carboidratos e gorduras, e níveis elevados desse hormônio por um período prolongado podem alterar o sono, reduzir os níveis de testosterona e estradiol, aumentar o apetite por açúcares, favorecer o armazenamento de gordura abdominal e contribuir para a resistência à insulina. Não se pode esquecer ainda dos outros distúrbios endócrinos associados aos desequilíbrios hormonais, como o hipotireoidismo, a síndrome de Cushing e a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
Além das alterações fisiológicas, a queda hormonal pode afetar o comportamento alimentar e a prática de atividade física. Atualmente, sabe-se que as mudanças hormonais podem contribuir para quadros de depressão e ansiedade, que se caracterizam pelo aumento do consumo, principalmente de açúcares, e pelo sedentarismo, exacerbando o ganho de peso.
“Do ponto de vista sistêmico, especialmente a testosterona tem uma função importante na disposição, cognição, no anabolismo. E o estradiol tem muita relevância no metabolismo lipídico, que está ligado à saciedade e disposição nas mulheres. Compreender a relação entre a queda hormonal e o sobrepeso é essencial para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento da obesidade“, ressalta Izabelle Gindri, doutora em Engenharia Biomédica pela UTD (University of Texas at Dallas), cientista, farmacêutica, cofundadora e CEO da bio meds Brasil, empresa especializada em tratamentos de reposição hormonal.
Combate a obesidade
Para lidar com a obesidade relacionada à queda hormonal, algumas abordagens podem ser consideradas, como a adoção de uma alimentação balanceada e rica em nutrientes, que pode ajudar a regular o apetite e melhorar o metabolismo. A prática regular de atividade física é crucial para aumentar a sensibilidade à insulina e ajudar na regulação hormonal.
Em muitos casos, a terapia de reposição hormonal (TRH) também pode ser uma opção para equilibrar os níveis hormonais e auxiliar na perda de peso principalmente em mulheres e homens com mais de 40 anos. Muito se tem falado sobre a terapia hormonal com implantes subcutâneos, que são aplicados sob a pele do paciente. A forma de reposição via implantes subcutâneos tem se demonstrado eficaz e segura, sendo utilizada há mais de 50 anos nos Estados Unidos e Europa.
Por meio da via de aplicação característica dos implantes subcutâneos, as substâncias são liberadas na corrente sanguínea de forma gradual e controlada desde o momento da implantação, podendo manter a terapia de reposição continuamente de 3 a 6 meses sem nenhuma intervenção médica adicional. Dessa forma, os níveis hormonais podem ser mantidos dentro dos limites fisiológicos, sem a variação da dose que ocorre quando se tem que aplicar a substância de forma recorrente todos os dias ou semanalmente. “O manejo adequado das alterações hormonais é parte fundamental na luta contra o excesso de peso, contribuindo para a saúde geral e o bem-estar”, conclui Gindri.
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