Cinturão vermelho do PT sucumbe ao declínio da esquerda que arrasta também o PSB

 

Joao Campos, PSB e Evandro Leitão, PT

As legendas mais fortes da esquerda brasileira – o PT e o PSB – foram vítimas da onda de conservadorismo que atinge o país. Terminada a apuração do segundo turno, os dois partidos só conseguiram eleger, cada um, um prefeito de capital, ambos do Nordeste. O PSB venceu com João Campos, no Recife, e o PT com Evandro Leitão, em Fortaleza. As notícias ruins para o PT impactaram até mesmo o berço do sindicalismo no qual o partido foi gerado, a região do ABCD paulista, o chamado “cinturão vermelho” onde os petistas foram hegemônicos durante décadas. Nas cidades de Santo André, São Bernardo (onde morava o presidente Lula), São Caetano e Diadema, que formam o cinturão, o PT só conseguiu disputar o segundo turno em Diadema e perdeu.            

Em São Bernardo os petistas apoiaram Marcelo Lima, do Podemos, no segundo turno, depois que o candidato próprio do partido não passou para a segunda etapa. Marcelo que teria tido o voto do presidente Lula, caso ele tivesse conseguido viajar, venceu o 2.o turno, derrotando Alex Manente, do Cidadania, que teve o apoio do PL de Bolsonaro. Em São Caetano o vencedor foi Tite Campanella, do PL. Em Santo André venceu o candidato Gilvan, do PSDB, logo no 1.o turno, e em Diadema Taka Yamaguchi (MDB) foi eleito domingo derrotando o petista José Filippo.               

Passada a hecatombe da eleição municipal deste ano, com os partidos de direita e de centro elegendo o maior número de prefeitos no país, a roupa suja já começa a ser lavada no PT e PSB a nível interno das legendas. O PT fez uma reunião em Brasília esta segunda-feira à tarde onde o resultado eleitoral deve ter sido tratado. Já o PSB está mais comedido por ser um partido tradicionalmente bem menor que o PT e onde a acachapante vitória de João Campos já no primeiro turno foi citada em todo o país. Mas hoje o PSB só é forte em Pernambuco, o que obrigará João Campos a ter que fazer um grande malabarismo se decidir no futuro ser candidato a presidente. A não ser que troque de legenda. Mas ele já cuidou de exibir uma vacina na campanha deste ano definindo-se como de centro-esquerda.

Mulheres aumentam participação

A eleição de duas mulheres como prefeitas de capitais no 2.o turno – Emília Correa, em Aracaju (Sergipe) e Adriana Lopes em Campo Grande (Mato Grosso do Sul) – foi celebrada pelos movimentos que lutam por maior representatividade feminina na política. É que na eleição de 2020, há quatro anos portanto, nenhuma mulher conquistou a Prefeitura de capitais. Já nas Câmaras Municipais do país, 18,24% das cadeiras foram conquistadas por mulheres ( em 2020 o percentual foi de 16,13%). No total de prefeitos eleitos 17,92% são do sexo feminino (em 2020 foi 15,85%).

PL quer o Senado

O deputado estadual Alberto Feitosa (PL) está defendendo que seu partido lance candidato ao senado em 2026. Como a legenda não terá cacife no estado para ter candidato a governador depois que o candidato ao Senado de 2022, Gilson Machado, teve votação pequena para prefeito do Recife, o deputado sonha com um candidato ao Senado avulso. Ele acha que como há duas vagas em disputa, a força do bolsonarismo poderia conquistar uma delas. Com muitos candidatos entende que o percentual de votos necessários para vencer vai cair.

Vai dar certo a ideia de candidato independente ao Senado pelo PL?

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