Analistas políticos se rendem e admitem predomínio da TV sobre as redes sociais nesta eleição
Há quatro anos se dizia no Brasil, e os marqueteiros e analistas políticos se renderam a essa premissa, que na era das redes sociais a propaganda eleitoral no Rádio e na TV, sobretudo, perderia importância e muitos candidatos, atendendo a essa onda, correram para as redes sem qualquer experiência com elas, e foram se desligando mais do chamado Programa Eleitoral Gratuito – os próprios valores cobrados pelas equipes de marketing aos candidatos majoritários caíram de patamar. Nada como uma eleição atrás da outra para colocar os pingos nos iis. Nas eleições deste ano nove entre 10 especialistas dizem que a TV é decisiva e as redes não são lá essas coisas.
Motivo? O fato de que em várias capitais, mesmo naquelas em que há influencers disputando, como em São Paulo, com Pablo Marçal, a propaganda na TV vem catapultando candidatos até bisonhos nas redes sociais, como é o caso do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que está em primeiro lugar por alguns motivos mas, o mais preponderante, é o de ter o maior tempo de TV. Como não tinha vocação para o tik tok, Nunes fez seu dever de casa, juntou muitos partidos – chegou até a correr risco com Bolsonaro e as brigas do PL – e agora está na frente e assim deve chegar no segundo turno, como prevê o cientista político pernambucano Antonio Lavareda. Marçal, que o ameaçava pelo alto envolvimento nas redes, mas só nelas, vem perdendo terreno. Deve chegar mesmo em terceiro.
Lavareda, que é o principal analista político da CNN Brasil, deixou clara esta segunda-feira a influência da TV, lembrando, inclusive, que mais de 70% dos brasileiros não perderam o hábito de sentar na frente da Televisão, conforme pesquisa recente, o que representaria em torno de 150 milhões de telespectadores. As redes sociais, têm lembrado outros cientistas políticos, valem mais na pré-campanha – o prefeito João Campos que o diga pelo brilho do carnaval nevado – do que na campanha em si. Até porque, também ouvidos recentemente sobre o tema, a maioria dos brasileiros diz que acredita mais no que a imprensa divulga do
que no que sai nas redes.
Direita e Esquerda
Também falando da eleição deste ano à CNN, Lavareda afirmou que a direita vai avançar em termos proporcionais no pleito, considerando as capitais e as cidades mais populosas. Sobre São Paulo, com base na pesquisa Datafolha desta quinta-feira, ele deu um exemplo: hoje se forem somados os percentuais de Ricardo Nunes, Marçal e Maria Helena, do Novo – o grupo da direita – o percentual de votos é de 49%. Se somados os da esquerda juntando Boulos, Tabata e Datena (mesmo Datena não sendo esquerda mas representa o PSDB) a soma chega a 40% das intenções de voto. Nesse patamar, Nunes só perde o segundo turno se algum cataclisma político o atingir.
Começa a debandada
Faltando 10 dias para as eleições, dois candidatos a prefeito do interior desistiram do pleito. O ex-deputado federal João Fernando Coutinho(Solidariedade) se retirou da disputa em Água Preta, na Mata Sul e o ex-prefeito Ricardo Alves abandonou a disputa em Saloá, no Agreste. Coutinho resolveu apoiar a candidatura do atual prefeito de Água Preta, Miruca, do PSB, que assumiu o cargo no lugar do ex-prefeito Noé Magalhães cassado por abuso de poder econômico. Em Saloá, Ricardo Alves(PSB) disse que saiu por desejo da família que não queria se desunir. O atual prefeito, Junior de Rivaldo (MDB), é seu primo e candidato à reeleição.
Depois desta eleição vai dar para abrigar Gilson Machado e Anderson Ferreira no mesmo palanque?
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