Gilson entra em confronto com PSB na TV e é o 2º lugar após início da propaganda eleitoral
Não é à toa que o candidato do PL a prefeito do Recife, Gilson Machado, tem insistido na vinculação do seu nome ao do ex-presidente Jair Bolsonaro. Suas chances na eleição dependem sobretudo dos votos bolsonaristas. Mas ele tem ido além, fazendo uma propaganda eleitoral prá lá de razoável dentro do seu objetivo de confronto direto com o prefeito João Campos. Os erros de interpretação para a questão das creches do Recife estão sendo corrigidos pela Justiça Eleitoral, que ameaça multas cada vez mais altas. Mas nesses poucos dias de guia e inserções (comerciais), que rodam o dia todo, o candidato cresceu 3 pontos – tinha 6 mesmo após a vinda de Bolsonaro ao Recife – e assumiu um incontestável segundo lugar.
A propaganda só está começando e segue até as vésperas da eleição mas, ao contrário das redes sociais onde o alcance de mensagens é limitado sobretudo para quem não é influencer, ela reverbera na opinião pública, sobretudo os comerciais, que a pessoa assiste até sem querer, porque são exibidos no meio da programação, incluindo os programas de maior audiência. Eles funcionam, em termos de divulgação, tanto quanto qualquer comercial de empresa privada e quem tem empresa sabe da importância de aparecer nos horários de pico, onde é maior o número de pessoas na frente da TV ou ouvindo rádio. Sem falar que, estando na mídia tradicional e não na Internet, onde se desconfia de fake news, a propaganda eleitoral ganha maior credibilidade.
Por mais que tenha uma propaganda eleitoral bem feita, o prefeito João Campos chegou, ao que parece, no auge das intenções de votos e a tendência é a oposição ganhar terreno e crescer. Gilson partiu na frente. Resta saber como vão estar daqui pra frente Daniel Coelho e Dani Portela. Dani é a mais sacrificada porque tem apenas 30 segundos no ar mas está remetendo seus seguidores para as mídias sociais, devendo aumentar em muito o engajamento sobretudo no instagran, agora que o “X”, ex-twitter , foi banido pelo ministro Alexandre de Moraes. O apelo que ela tem feito ao voto de esquerda torna-se mais importante pois nesse nicho o que mais funciona é a propaganda boca-a-boca.
Muita gordura para queimar
No patamar atual, João Campos vai ter que perder muitos votos para não vencer logo no primeiro turno. Isso talvez explique a pressa com que a oposição, em particular Gilson Machado, tem tratado dos assuntos mais delicados, como é o caso da denuncia sobre as creches. E a experiência ensina que a pressa, como diz o ditado, aniquila o verso. A falta de cuidados com um assunto desses, um escorregão na linguagem, pode provocar, sobretudo no final do período eleitoral, punições em cadeia e até a saída do ar de algum candidato no momento crucial da busca pelo voto. E quando isso acontece quem se beneficia é quem está bem na frente, com o é o caso de João Campos, que pode recuperar tudo que perdeu.
Elmar e a eleição do Recife
No auge das articulações para tentar fazer o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) presidente da Câmara dos Deputados, o prefeito João Campos, interessado em ter o tempo de Rádio e TV do partido, prometeu a Elmar os votos dos deputados federais do PSB para fechar um acordo no Recife. Agora que a candidatura de Elmar subiu no telhado por obra e graça do atual presidente da Câmara, Arthur Lira, como fica a situação do deputado federal Mendonça Filho que foi tratorado pelo acordo com Elmar que beneficiou o grupo dos Coelhos, de Petrolina? Mendonça defendia um acordo com a governadora Raquel Lyra mas foi atropelado pelos votos do PSB que agora não se sabe para quem vão ser prometidos.
Alexandre e Moro
O ministro Alexandre de Moraes se tornou um adversário do atual senador Sérgio Moro, acusando-o de ter punido empresas de um mesmo grupo por conta de pecados cometidos por outras, mesmo que do mesmo grupo. Agora Moraes fez algo parecido com a Starlink, que tem como um dos sócios o empresário Ellon Musk proprietário do “X” com um agravante: a Starlink não é só de Musk e muita gente está pagando sem nada dever. Mas tem mais: Moraes deve aceitar o convite do presidente Lula para ir ao desfile de 7 de setembro, mesmo dia em que bolsonaristas estarão na avenida Paulista pedindo seu o impeachment. O ministro está envolvido na política tanto quanto fez Moro ao aceitar ser ministro de Bolsonaro.
Depois do que anda fazendo, Moraes pode ainda se queixar de Moro?
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