Campanha nas ruas começa a definir candidatos competitivos em grandes municípios

Embora o apelo às redes sociais como instrumento de campanha seja importante, seu efeito só é grande mesmo nas mãos de influencers, vide Pablo Marçal, em São Paulo, que bagunçou o coreto, da eleição, ou, de forma momentânea, como aconteceu no Recife durante o último carnaval quando o prefeito João Campos nevou o cabelo e dançou o rap. Nesta campanha eleitoral, nem mesmo ele tem usado as redes como outrora. A busca pelo voto tem sido mesmo de pé no chão, fazendo pronunciamentos para plateias arregimentadas, caminhado pelo centro ou periferia e dando entrevistas. No caso, “sabatinas” que, na ausência de debates, servem para provocar algum alvoroço e para se conhecer os projetos de cada candidato.

Essa exposição a que se somou, a partir do dia 16, a propaganda de rádio e TV tem servido, junto com as pesquisas eleitorais, para se saber quais os candidatos vêm confirmando a alta preferência que tinham na pré-campanha e quais os que, a esta altura, mostram fôlego suficiente para ter boa representatividade nas urnas do dia 6 de outubro. No Recife, até este momento, o prefeito João Campos mantêm-se em alto patamar e a única dúvida que se tem é se ele conseguirá passar de 60% dos votos totais da capital ou se, agora que está sendo criticado, cai um pouco mais, porém ainda com fôlego para liquidar a eleição no primeiro turno.

A grande surpresa vem de Jaboatão onde o prefeito Mano Medeiros, depois que ganhou as ruas em caminhadas e carreatas, assume ares de que também pode vencer no primeiro turno. Se houver segundo turno ele deve disputar com Elias Gomes ou Clarissa Tércio e continuará favorito. Terá os votos da direita se enfrentar Elias e da esquerda se enfrentar Clarissa. Em Olinda, cresce, a olhos vistos, o nome do candidato do PT, Vinicius Castello. Se a eleição fosse hoje estaria no segundo turno. Pela força da máquina pública pode disputar a segunda fase com a candidata Mirella Almeida, vindo em seguida Isabel Urquiza. Ficando nos municípios mais importantes, Caruaru, como Jaboatão, surpreende com empate entre o prefeito Rodrigo Pinheiro e José Queiroz.  Há grande chance do pleito ir para o segundo turno onde Pinheiro por atrair para si os votos bolsonaristas tendo mais possibilidade de vencer. Em Petrolina, o prefeito Simão Durando pode vencer no primeiro turno se Júlio Lóssio não crescer de forma substancial nos próximos 15 dias.

Alepe antirracista

A Assembléia Legislativa aprovou projeto da mesa-diretora instituindo uma Política Antirracista. Ela tem o propósito de promover a equidade étnico-racial e adotar ações de combate á discriminação na instituição, de forma sistemática. Será criada também na casa uma Ouvidoria Permanente em Defesa da Igualdade Racial. Há alguns anos, um ascensorista da casa barrou a subida no elevador de travestis que iriam a reunião da Comissão de Direitos Humanos e foi punido depois de grande alvoroço.

A polêmica sobre habitação

Depois que o candidato Daniel Coelho afirmou em sua propaganda eleitoral que o Recife tem  um déficit de 70 mil habitações o prefeito João Campos contestou dizendo que não são 70 mil são 54 mil. Por conta disso a Frente Popular conseguiu esta quarta-feira que a Justiça Eleitoral proibisse Daniel de continuar citando 70 mil e não 54 mil em seu guia e nas redes sociais. Da mesma forma Gilson Machado está proibido de continuar dizendo que o prefeito está usando as creches do Recife com objetivo eleitoral. A questão das creches pelo visto pode continuar sendo citada mas sem dizer que houve interesse eleitoral.

Quem ganhou mais ações na Justiça Eleitoral no Recife até agora: o prefeito João Campos ou a oposição?

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