Solidão já sabe quem será seu prefeito: Mayco da Farmácia, candidato único
Apesar de em alguns municípios de Pernambuco se dizer que o prefeito-candidato já está reeleito, remetendo para os altos índices de popularidade dos mesmos, nesses municípios tem candidatos de oposição, de forma que, antes de abertas as urnas, não há prefeito escolhido e o risco, maior ou menor, de alguém da oposição surpreender existe. Se fosse o contrário, não precisaria ter eleição. Mas há um município no estado onde esse risco não existe: Solidão só tem um candidato a prefeito que é Mayco da Farmácia, do PSB, e que tem como vice Antonio Bujão (PV). Os dois foram oficializados em convenção este final de semana junto com 14 candidatos a vereador.
Estaria Solidão vivendo em uma ditadura? Não é o que se constata. O município foi gerido nos últimos 16 anos pelo grupo político que tem como comandante o atual prefeito Djalma da Padaria, filho de agricultores, formado em Matemática. Solidão vive da agricultura, pecuária e do turismo religioso em torno de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira do município, cultuada em uma igreja construída em cima de um monte e alcançada por romeiros que se dispõem a subir 600 degraus da grande escada concluída em 2017 pelo atual prefeito que também cuidou de asfaltar 1.500 metros de acesso a um Cristo Redentor, também motivo de romaria na Semana Santa pois a estrada tem todas as estações da Via Sacra.
Djalma, que lançou as candidaturas de Mayco da Farmácia e Antonio Bujão, atribui os 16 anos de vitória do seu grupo político e as candidaturas únicas desse ano ao fato, segundo ele, de ter “acabado com muita coisa errada que tinha em Solidão em torno da politica, além das administrações responsáveis que fizemos”. Embora Solidão tenha um dos PIBs mais baixos do estado, conseguiu chegar este ano ao 8.o lugar em Pernambuco na avaliação feita pelo IDEB, que mede o fluxo escolar e as médias de desempenho dos alunos da educação básica. O IDH (Indice de Desenvolvimento Humano) é de 0,58, considerado médio. As contas do município estão equilibradas, com o CAUC (situação fiscal) em dia, funcionalismo recebendo no final do mês, previdência regularizada e 36,4% dos domicílios com esgotamento sanitário.
Poucos habitantes e muitos eleitores
Uma coisa estranha acontece em Solidão mas não é incomum no interior, sobretudo no sertão. O município tem 5.300 habitantes e 5.500 eleitores. “Já foram 6 mil”- diz o prefeito. Ele diz que no passado “políticos inescrupulosos que compravam votos transferiam eleitores da redondeza para votar aqui em troca de favores. Nós acabamos com isso e 500 já levaram seus títulos para seus lugares de origem”. Os demais ele diz que “são pessoas que nasceram em Solidão, se mudaram para cidades maiores, mas as famílias permaneceram no município e elas voltam na eleição para ver os parentes e aqui mesmo votar”.
Contra oposição
Djalma diz que não é contra a existência de oposição “até porque se aparecerem candidatos contra nós vão ser derrotados nas urnas”. Ele explica porque, no seu entender, não há opositores “consegui muitos recursos para Solidão no Governo Federal e através do deputado federal Gonzaga Patriota e ninguém conseguiu isso antes de mim. O povo então passou a acreditar em nós, vendo o trabalho na educação, na saúde e nas obras de infraestrutura e de fortalecimento do turismo”. Também diz que a população está satisfeita com o seu trabalho e deseja continuar com o grupo. Ele afirma ser contra compra de votos: “nunca fiz isso e nem admito. Tanto é que os eleitores que vinham votar aqui com esse objetivo sumiram”.
Daqui a quatro anos, será que a população de Solidão vai estar tão satisfeita com os gestores indicados pelo atual prefeito como estão agora com o fim do mandato de Djalma da Padaria?
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