Estimativa aponta que fibromialgia atinge mais de dois milhões de brasileiros 

Especialista dá dicas de como pacientes com o transtorno podem melhorar a qualidade de vida

Dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia revelam que cerca de 12% da população brasileira adulta sofre com fibromialgia, doença crônica que causa dor muscular generalizada, fadiga, sono e problemas de memória e humor. De acordo com a estimativa, mais de 2,5 milhões de brasileiros devem ser atingidos com o transtorno nos próximos anos, sendo que as mulheres, entre 30 e 55 anos de idade, são o grupo mais afetado. No Maio Roxo, mês de alerta para quem enfrenta a doença, o reumatologista da Clínica Três Marias, Giraldo Tôrres, explica que é importante estar atento aos fatores genéticos favoráveis para prevenir e tratar os problemas reumatológicos.

“Embora não leve a sequelas físicas permanentes, diferente de outras doenças reumatológicas, a fibromialgia, quando não diagnosticada precocemente, pode levar a uma maior cronificação da dor, sendo mais difícil o controle. Isso porque a dor prolongada leva ao que chamamos de Dor Nociplástica, que não é apenas física, pois é perpetuada por todo o sistema nervoso central”, ressalta. De acordo com o especialista, quando a síndrome é descoberta tardiamente e não tratada, podem surgir diversas complicações como: dor crônica de difícil tratamento, causa ou intensificação da dor devido estímulos não dolorosos, piora da insônia e fadiga, compromisso da memória e piora de problemas emocionais, como ansiedade e depressão.

A dor generalizada sem uma causa aparente que justifique a intensidade, associada ao cansaço e a dificuldades de memória, são importantes sinais a serem levados em conta para investigar a probabilidade de fibromialgia. Outra característica da pessoa com a síndrome é a grande sensibilidade ao toque e ao estímulo da musculatura. Segundo o médico, os hábitos de cada paciente vão impactar no enfrentamento da doença ao longo da vida, principalmente, porque o transtorno ainda não tem cura. O exercício físico é o fator mais importante, sendo pilates e natação as práticas mais recomendadas devido ao baixo impacto.

Além disso, a depender do quadro da pessoa e da recomendação médica, a academia, a caminhada e andar de bicicleta podem trazer benefícios. Giraldo Tôrres ainda afirma que meditações, terapia comportamental e acupuntura também contribuem para a insônia, o controle da dor e na questão emocional. “O tratamento da fibromialgia depende mais dos próprios pacientes do que apenas do aconselhamento médico, uma vez que o acompanhamento farmacológico tem um lugar mais coadjuvante, sendo importante a adoção de um bom estilo de vida. Uma alimentação saudável e a prática de atividade física são fundamentais”, finaliza.

Redação com assessoria Foto: divulgação

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