PL perdeu o Detran mas não pensa em romper com o Governo

Embora tenha perdido o Detran, o PL, que andou pensando em dar uma resposta dura ao Governo, refluiu nesse sentindo e em reunião de cúpula com as principais lideranças partidárias, convocada pelo presidente estadual Anderson Ferreira, a posição majoritária foi a de que o partido, mesmo não tendo espaço no Governo, vai se manter na base da governadora Raquel Lyra. Ontem o próprio Anderson foi chamado pelo secretario da casa civil, Túlio Vilaça, para uma conversa em Palácio feita no final da tarde.

O que pesou mais no sentido de permanecer com Raquel, segundo uma fonte da legenda, foi o fato de que o PL está disputando eleições municipais e vai precisar de apoio governamental para os seus candidatos. Na semana passada, por exemplo, o prefeito de Jaboatão, Mano Medeiros, do PL, estava em Brasília com a governadora quando o ministro Jáder Filho e o presidente Lula anunciaram que Jaboatão, muitas vezes castigado pelas chuvas, iria receber do PAC Seleções mais de R$ 200 milhões, mais do que a metade do que foi aprovado para todo o estado.

Certamente essa decisão passou também por Raquel que tem ótimas relações com o prefeito jaboatonense. Além disso, os dois deputados do PL que vinham votando com o Palácio, Renato Antunes e Nino de Enoque, não demonstram interesse em mudar de posicionamento e, comenta-se na Assembléia, que os deputados Joel da Harpa e Abimael Santos só entraram na guerra contra o projeto da governadora sobre as faixas salariais da PM porque são votados na corporação, mas que, passada esta fase, iam se acomodar. Abimael comentou com este blog na semana passada que ficaria com Raquel:“ o que eu não quero é a volta do PSB”-disse.

Renato defende independência

O deputado estadual Renato Antunes, do PL, disse que quem define a posição do partido é o presidente Anderson Ferreira. Ele próprio, que tem votado com o Governo diz que o partido é “independente”, vota a favor quando acha que o projeto é bom ou contra quando algo não condiz com o posicionamento de cada deputado. “Eu tenho estado com o Governo mas votei contra dois projetos o de aumento do ICMS pois sou liberal e os liberais não aceitam aumento de imposto e das faixas salariais “porque entendi que a defesa do deputado Diogo Moraes do substitutivo que acabava com as faixas não em 2026 mas em 2025 era pertinente”.
Na verdade, Antunes deu um voto definitivo favorável ao Governo na Comissão de Justiça e acabou penalizado pois o deputado Alberto Feitosa tomou o seu lugar na mesma comissão.

Teresa Leitão e João Paulo

Ouvida ontem, sobre o pronunciamento feito pelo deputado estadual João Paulo Silva (PT) na Assembléia no qual teceu comentários de críticas a ela, a senadora Teresa Leitão foi célere na resposta:  “A Tribuna do Senado não é afeita a esse tipo de debate”- disparou. Teresa tinha, antes da fala de ontem de João Paulo, chamado de “inapropriadas e indevidas” as considerações que ele fez sobre a vice de João Campos para o PT. O deputado disse  que não entendia a insistência do seu partido pois todos sabiam que o PSB não queria o PT na vice.

Ivan Moraes

O vereador Ivan Moraes, do PSOL, votou contra a proposta do vereador Alcides Cardoso(PL), apoiada por 15 vereadores na Câmara do Recife e aprovada por maioria simples, de propor ao prefeito João Campos o armamento da guarda Municipal. Ivan foi à tribuna e disse que “não existe nenhum indicativo na literatura de que o uso de arma de fogo para tentar resolver problemas quando há grande população é apropriado” E afirmou que o projeto era apenas um “fetiche de quem defende o armamento da população”.

Diogo Moraes

O deputado Diogo Moraes, do PSB, não deixou sem resposta a declaração do deputado João Paulo (PT) de que os socialistas se aliaram aos bolsonaristas na votação das faixas salariais da PM. “Não fizemos narrativa com os bolsonaristas e nem aceitamos de goela a baixo o que o Governo mandou. Não teve diálogo com a casa”. Disse ainda que a Oposição fez várias tentativas de dialogar com o Governo mas não teve êxito.

Fora Alberto Feitosa, que não quer acordo, os outros quatro deputados do PL na Assembléia vão ficar na base do Governo?

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