Federação REDE/PSOL não ganha eleição majoritária mas faz barulho
Formada por dois partidos muito pequenos – têm juntos 15 deputados federais – a Federação REDE/PSOL não está cotada para vencer a eleição para prefeito do Recife este ano. Não bastasse a grande aprovação do prefeito João Campos, que é candidato a reeleição, os deputados federal Túlio Gadelha (REDE) e Dani Portela (PSOL) que desejam representar os dois partidos na eleição, aparecem nas pesquisas com intenções de voto abaixo do próprio prefeito, do ex-ministro Gilson Machado(PL) e do ex-deputado federal Daniel Coelho (PSD). Apesar disso, Dani e Túlio há meses vivem em uma luta intestina pela vaga.
Dani foi escolhida pré-candidata pela direção estadual da Federação mas Túlio, que é apoiado pela ministra Marina Silva, não reconhece o resultado e insiste que só a Federação Nacional pode escolher o nome na disputa pois Recife é uma capital e, como tal, existe, segundo ele, uma resolução nacional falando que nas capitais a decisão passa pela instância mais alta do colegiado.
Para complicar, Túlio apoia a governadora Raquel Lyra e Dani é a líder da Oposição a Raquel na Assembléia. Ela acusa Tülio de ser o plano B da governadora já que seu candidato oficial é Daniel Coelho e ele diz que Dani se entendeu nos bastidores com o prefeito João Campos – os dois posaram sorridentes recentemente quando ela festejava a chegada do filho Miguel e recebeu a visita do chefe do executivo – deixando a entender que ela seria uma espécie de linha auxiliar do prefeito. Na verdade, nem Dani não têm feito críticas a João Campos.
Esta sexta-feira caiu como uma bomba nos meios políticos recifenses a informação de que a governadora Raquel Lyra encontrou-se com o presidente nacional da Federação, Guilherme Boulos, candidato a prefeito de São Paulo há 15 dias, em Brasília. Oficialmente os dois teriam se reunido para falar da conjuntura nacional, segundo suas assessorias mas ninguém acredita nisso. O site Metrópoles, que deu a informação em primeira mão, disse que no encontro os dois teriam tratado da eleição em São Paulo e no Recife. Boulos não anda bem com o PSB, que não aceita retirar a candidatura a prefeita da capital paulista da deputada federal Tábata Amaral, namorada de Campos, e Raquel gostaria que Túlio fosse candidato para ampliar os votos de oposição ao prefeito.
Decisão Vertical
Dani Portela, que marcou para o próximo dia 15 o lançamento de sua pré-candidatura, disse que tomou conhecimento do encontro dos dois mas não foi procurada pela Nacional após a conversa. De qualquer forma insiste que “no PSOL não há decisão vertical”. De qualquer forma ela informou ao site Movimento Econômico que, de qualquer forma ,fica com um pé atrás “pelo passado de conflitos de Túlio”. Diz que ele “brigou com Isabel de Roldão e Adriana Rocha quando estava no PDT. Depois brigou com Marília Arraes. Agora briga comigo. Onde ele chega tem uma briga”.
Quem é Dani?
Dani faz parte de uma pequena ala do PSOL mas, nacionalmente, seu grupo está ligado a Boulos. Hoje o tesoureiro nacional do PSOL é Tiago Paraíba, amigo dela e cuja esposa é assessora da deputada. Uma fonte do partido em Pernambuco informou a este blog que não há possibilidade de Dani ser rifada sem que a decisão seja tomada com a sua presença e ela de nada participou nesse sentido. “Se ela estiver sendo passada para trás pode saber que foi traída”- concluiu.
Holofotes
O PSOL que tem em Boulos o primeiro membro do partido que pode vir a ser eleito prefeito de São Paulo está fazendo tudo por isso. Nesse sentido o sonho do partido se casa com o da governadora. Raquel tem trabalhado para evitar que o PSDB, seu partido, apoie a candidatura de Tábata em São Paulo e deseja em troca que o PSOL apoie Túlio como candidato no Recife. O jogo está sendo jogado e não se pode saber onde vai terminar. Além disso há muitas estrelas no jogo. O próprio Túlio, namorado de Fátima Bernardes, a ministra Marina Silva, que o apóia e Heloísa Helena que não gosta do deputado e sim de Dani.
Quem vai ganhar mesmo a briga: Túlio Gadelha ou Dani Portela?
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