Fala de Lula sobre judeus aumenta frequência à manifestação pró-Bolsonaro

 

Numa semana em que o presidente Lula atacou a ação de Israel na Faixa de Gaza, comparando-a ao Holocausto, o que acabou gerando revolta entre os judeus, o ex-presidente Jair Bolsonaro se beneficiou de fato da situação gerada pelo seu principal adversário. A manifestação na avenida Paulista este domingo, que alguns bolsonaristas temiam não ter o público esperado, acabou ocupando sete quarteirões, segundo a Globonews. E o que se viu, além das camisas amarelas dos manifestantes bem ao estilo bolsonarista, foram bandeiras de Israel, disponibilizadas por ambulantes ao lado de bandeiras brasileiras, uma delas exibida pelo ex-presidente no próprio palanque, durante sua fala. 

Estava claro que a polarização política vivida pelo Brasil e o escorrego de Lula em sua fala sobre os judeus, ajudaria Bolsonaro como, na verdade aconteceu. Não só porque  os evangélicos defendem abertamente a existência do estado de Israel, como porque judeus, mesmo não sendo bolsonaristas, viram na manifestação uma forma de expor seu descontentamento com o que disse Lula sem que, até o momento, tenha pedido desculpas ao povo de Israel. Ontem ao observar como anda polarização no país, e os últimos acontecimentos, o cientista político José Maria Nóbrega disse a este blog que “ quando ninguém esperava, Bolsonaro, pelo discurso que fez, acabou saindo da Paulista como pacificador enquanto Lula terminou a semana com a imagem de antissemita”.

Na Paulista o bolsonarismo foi mais além. Ao decidir que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, falaria em nome dos governadores presentes, a organização do evento praticamente o lançou na corrida presidencial. Michelle Bolsonaro engrossou o coro pró Tarcísio dizendo: “ele abriu as portas para nós” O governador vestiu bem o uniforme de representante da direita dando um depoimento que arrancou aplausos entusiasmados da militância: “eu não era nada. Foi Bolsonaro que apostou em pessoas como eu”- afirmou, demonstrando humildade. E acrescentou: “Bolsonaro, você não é só um CPF, você representa um movimento político neste país”.

A resposta nas redes

A senadora Teresa Leitão usou mensagem nas redes sociais para ressaltar que a manifestação e o discurso de Bolsonaro na Paulista não podem ser o sentido de defesa da democracia como o PL pregou: “Quem planeja, financia e se propõe a executar um golpe de estado, não defende a democracia”. Já o presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, disse após o ato que, segundo ele, reuniu um milhão de pessoas: “veio gente de todo o Brasil para reafirmar os compromissos com a pauta liberal, mas, sobretudo para reafirmar de forma contundente a liderança de Bolsonaro. O jogo é democrático, nesse contexto, o recado foi dado”.

Saúde respiratória

A governadora Raquel Lyra lança esta segunda-feira o “Plano de Contingência das Doenças Respiratórias Sazonais na Infância”. Segundo a secretária de saúde, Zilda Cavalcanti, o plano visa “o estabelecimento de ações para detecção e resposta aos casos, surtos ou epidemias decorrentes da circulação dos vírus respiratórios na infância”. Neste momento, as epidemias provocadas por vírus estão se espalhando em todo o país e Pernambuco tem sido igualmente atingido.

PP na espera

A semana começa com expectativa sobre a participação do PP no secretariado da governadora Raquel Lyra. O encontro que Raquel teria com o deputado federal Eduardo da Fonte na última sexta-feira foi adiado para esta segunda. Da mesma forma também ficou para hoje a reunião dos parlamentares do PP que seria feita na quinta-feira e foi, igualmente, adiada.

Até que ponto a manifestação na Paulista pode ajudar Bolsonaro no processo em que é acusado de mentor da tentativa de golpe?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

Compartilhar