Grupo Mulheres do Brasil, com 3.500 voluntárias em Pernambuco, cresce a olhos vistos diz, Roseana Faneco

Criado em 2013 pela empresária Luíza Trajano e mais 40 mulheres do Sudeste, o Grupo Mulheres do Brasil, que atua no voluntariado e no emponderamento feminino em todos os campos, chegou a Pernambuco em 2019 e, de lá para cá, se espalhou por todo o país e hoje tem núcleos em cidades dos cinco continentes, sendo considerado um dos maiores grupos de voluntariado do mundo. Em Pernambuco é coordenado por Roseana Faneco, também fundadora e presidente do Núcleo Recife. Na época da pandemia, o Grupo chegou a todos os municípios pernambucanos ajudando a acelerar a vacinação contra a Covid-19. Tudo com o apoio da iniciativa privada. O blogdellas destaca o trabalho que vem sendo feito em nosso estado pelo Mulheres do Brasil, republicando entrevista concedida por Roseana, a Fabíola Farias da Coluna Social Fama, do Portal Difusão Brasil.

Quem é Roseana pela própria Roseana?

Um ser humano sensível, consciente de seus propósitos e na busca de sua melhor versão. Uma mulher forte, determinada e consciente do compromisso de apoiar e incentivar outras mulheres a construírem dias melhores.

O que é o Grupo Mulheres do Brasil?

O Grupo Mulheres do Brasil é o maior grupo de voluntárias do mundo! Somos um grupo suprapartidário e o nosso partido é o Brasil. Não usamos o nome e nem registros do grupo para benefícios pessoais ou profissionais. Engajamo-nos em projetos já existentes e realçamos o trabalho das instituições que atuam com seriedade. Não somos contra os homens, somos a favor das mulheres, e nossa pauta é focada no protagonismo feminino da mulher, independentemente de cor, credo, condição social. Para nós, cada mulher conta!

Quem o criou e quando?

O Grupo foi criado em 2013, pela Luiza Helena Trajano, presidente do conselho das Lojas Magalu, e mais 40 mulheres de diferentes segmentos, que se uniram com o intuito de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país e para o protagonismo feminino.

Como surgiu a ideia de trazer o Mulheres do Brasil para Recife?

O propósito do grupo era chegar a todas as capitais do país. Recife, pelo protagonismo de nossas mulheres, foi um dos primeiros núcleos a ser instalado fora do Estado de São Paulo.

Desde quando o Grupo Mulheres do Brasil está em Recife?

O grupo se instalou na capital Pernambucana no início de 2019, porém só no final daquele ano foi que os comitês foram instalados e as ações nas comunidades tiveram início.

O grupo, no Recife, conta com quantas participantes?

Atualmente, o Núcleo Recife conta com mais de 3.500 voluntárias, distribuídas em 12 comitês, que atuam em diversas áreas.
Quem é o grupo que ajuda a Roseana a tocar o barco do Mulheres do Brasil em Recife?
O Grupo é coordenado em cada Núcleo por um colegiado de líderes. Aqui em Recife, somos quatro lÍderes, coordenando os 12 comitês. Tenho o privilégio de compartilhar essa missão com mulheres aguerridas, dispostas e muito dedicadas ao protagonismo feminino. São elas: Camila Barbalho, Luciana Pimentel e Valéria Lucena. Esse time toca com maestria as diversas causas e relevantes projetos em execução no nosso Estado.

Qual a função de Roseana no grupo?

Sou uma das líderes do colegiado e como tal capitaneamos as atividades do grupo, facilitando a comunicação entre as voluntárias; representamos o grupo em reuniões ou eventos externos; contribuímos com as suas diretrizes e objetivos. É nossa missão inspirar, motivar e mobilizar as integrantes em prol das causas femininas e do empoderamento das mulheres e meninas. Podemos concluir que nossa função envolve promover a unidade, a participação ativa e o impacto positivo do grupo na comunidade ou na sociedade em geral. Aprendemos que a nossa missão é proporcionar o acolhimento de qualquer mulher que desejar integrar o nosso grupo para que possa dar o melhor de si em prol do fortalecimento das causas que defendemos. É importante registrar que a posição de líder não nos faz diferentes e nem nos coloca em posição privilegiada. Somos todas mulheres do Brasil, unidas pelo mesmo propósito de bem servir umas às outras e às comunidades em que trabalhamos.

Quais ações sociais o grupo faz e, nessas ações, quantas pessoas já ajudou?

São inúmeras as ações desenvolvidas pelo grupo, ao longo desta jornada. Ressalto o Movimento Unido Pela Vacina, criado para apoiar e estruturar os municipios do País, para que a vacina chegasse mais rápido ao braço do brasileiro. Pernambuco foi destaque e atendeu os 184 municipios, incluindo Fernando de Noronha, que foram beneficiados através das conexões realizadas junto à iniciativa privada que proporcionou a aquisição de câmaras frias, caixas térmicas, freezers, computadores, entre outros itens necessários à infraestrutura que foi montada em cada cidade.Ainda como destaque há o Fundo Dona de Mim, o qual proporciona condições de as empreendedoras investirem em seus negócios, com o objetivo de alavancar a produção e ampliar as vendas, já tendo beneficiado quase 1.000 mulheres em nosso Estado. Atualmente, estamos na 3ª edição de um projeto voltado para o Planejamento Familiar e Sangramento Uterino Anormal, que proporciona informação para que as mulheres busquem a prevenção e possam utilizar os direitos que possuem junto ao SUS, beneficiando diretamente mais de duas mil mulheres, as quais replicam em suas comunidades, chegando a mais de cinco vezes desse quantitativo.

Nesses anos de atividades do grupo em Recife deve ter muitas histórias interessantes. O que de mais extraordinário aconteceu nesse período que mereça ser relatado?

São tantas histórias de apoio, de crescimento, de superação e de sucesso que catalogamos, que temos certeza que são elas que nos impulsionam cada vez a desejarmos ampliarmos nossas ações e a nos sentirmos realizadas enquanto agente de transformação social consolidada.Uma das grandes conquistas do Núcleo Recife foi a solicitação de um projeto de Lei para ampliação do Teste do Pezinho, pois nosso pleito foi formalizado por um parlamentar Pernambucano e teve todo engajamento de todos os núcleos para que o mesmo fosse transformado em Lei, o que aconteceu em 27 de maio de 2021, com a publicação da Lei 14.154/21, que ampliou, no SUS, o número de doenças detectadas de 5 para 50 as chances de diagnosticar, tratar precocemente e até curar doenças raras, com o Teste do Pezinho ampliado que passou a ser obrigatório e gratuito, salvando vidas e fazendo uma nova história na saúde pública do nosso país. Com essa ação, marcamos nossa gestão e fizemos história. Deixamos um legado que se expande a todo território nacional e que muito nos honra.

Quais os atuais projetos do grupo?

O Grupo atua como um agente de mudança, defendendo causas relacionadas aos direitos das mulheres, igualdade de gênero e combate à violência, além de atuar na construção das Políticas Públicas. Há diversos projetos em execução, uma vez que cada comitê tem autonomia para desenhar seu planejamento e apoiar as comunidades escolhidas para serem beneficiadas.Podemos realçar alguns do Comitê de Educação que tem sido feito em parceria com as escolas públicas, gerando oportunidades e apoio aos alunos da rede, além de um projeto do comitê Vozes que desenvolve o Meninas e suas Escolhas, que trata de mentoria para alunas que se inscrevem com esse objetivo.Vale ressaltar o Pula para 50, que é uma alusão ao movimento para estimular mais mulheres em cargo de poder e no lugar de fala, além de defendermos, através do Comitê de Políticas Públicas, a maior participação da mulher nas esferas de poder e a reserva de assentos para mulheres no Legislativo, além de atuarmos para que os interesses da população sejam contemplados. O Comitê de Empreendedorismo tem um projeto em parceria com o Sebrae – Mulheres de Sucesso, o qual é voltado para mulheres que buscam estruturarem os seus pequenos negócios, proporcionando uma visão ampliada e com excelentes resultados. O sucesso deste projeto tem gerado parcerias que chegaram ao exterior, com duas turmas realizadas para as brasileiras residentes nos Estados Unidos da América.

Além do grupo principal, que você coordena, existem alguns subgrupos, espalhados pelo Estado ou mesmo dentro do Grande Recife?

Em Pernambuco existe um Núcleo em Petrolina, que está em estruturação, e o nosso Núcleo, que atua no grande Recife e em várias cidades do interior, tais como Garanhuns, Carpina, Vitória, Belo Jardim, Jatobá, Pedra, entre outras. Não deixamos de incluir nenhuma mulher que nos procure. A pandemia nos proporcionou a certeza de que não há distância quando se deseja ajudar alguém!

Os grupos se reúnem alguma vez no ano, congregando todos do Brasil?

A cada dezembro a nossa presidente, Luiza Helena Trajano, e a diretoria do Grupo, reúne as lideranças dos 155 Núcleos do Brasil e dos outros países, com o objetivo de estruturar nosso planejamento e nivelamento das orientações para o exercício seguinte. Este é um dos momentos mais importantes e animadores, pois sentimos a grandiosidade do Grupo, o que nos proporciona muita alegria e entusiasmo por estarmos ali representando as 120 mil voluntárias, focadas em desenharmos ações para empoderar mulheres em diferentes esferas, estimulando sua participação ativa na sociedade; desenhar projetos sociais que visam impactar positivamente comunidades vulneráveis e na defesa dos direitos das mulheres, igualdade de gênero e combate à violência, além de reforçar nossa rede de contatos que possibilita troca de experiências, oportunidades e apoio mútuo.

Existe alguma célula do grupo fora do Brasil? Aonde?

O Grupo Mulheres do Brasil tem expandido sua presença internacional e já estamos com 42 Núcleos espalhados nos cinco continentes. Participa de eventos globais e colabora com organizacões internacionais de diversas naturezas, sempre voltado às diversas causas que defendemos.

Como agir para fazer parte do grupo e quem pode?

O nosso lema é que toda mulher conta! Independentemente de cor, raça, condição social ou localização todas são muito bem-vindas e serão muito bem acolhidas. Temos certeza que a diversidade é que enriquece o grupo e alavanca o nosso crescimento, permitindo fortalecer a presença e a influência das mulheres, promovendo uma sociedade mais equitativa e inclusiva.

Num vídeo, é enfocado um projeto, o Fundo Dona de Mim. Você poderia discorrer mais sobre esse projeto, sobre quais as diretrizes, a quem se destina e quais os resultados já conquistados, através dele?

O Fundo Dona de Mim é uma iniciativa da nossa vice-presidente, Sônia Hess, que se inspirou no modelo social do Yunus e que afirma que “este projeto nasceu de um sonho, pois acredito que essas mulheres têm tudo à mão: a ideia, a garra, a vontade de transformar que todas nós temos, mas falta um “empurrãozinho”, a instrumentalização profissional e financeira, que é o que estamos proporcionando.”Seu objetivo está sintonizado com alguns dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU, voltados para erradicação da pobreza, Fome Zero, Agricultura Sustentável, Igualdade de Gênero, Trabalho Decente e Crescimento Econômico, fortalecendo assim a sua importância de transformação social.O Fundo Dona de Mim é fruto da doação das próprias voluntárias e foi criado para empreendedoras que necessitam de apoio financeiro para alavancarem o seu negócio. Só pode ser usado para equipamentos ou material voltado para fortalecer as vendas, não podendo ser utilizado para despesas pessoais ou algo fora do negócio. As interessadas são incluídas em programas de empreendedorismo para entenderem como aplicar tais recursos e melhorar a gestão do seu negócio. É fato que este projeto tem salvado muitas famílias, pois a dependência financeira é causa para que muitas se submetam às mais diversas formas de violência. Assim sendo, acreditamos que a condição essencial para que muitas se libertem do ciclo da violência é a capacidade de produzir e alcançar o próprio sustento. Dessa forma, entendemos que este fundo representa não só um meio de profissionalizar o negócio das mulheres, mas em especial permite que a mulher, através da melhoria de sua situação econômica, resgate a sua própria autoestima e liberdade econômica.No Brasil, muitas empreendedoras já foram beneficiadas através deste projeto e aqui em Pernambuco já ultrapassamos 500 mulheres, atendidas nas mais diversas áreas de atuação. Atualmente, ampliamos as possiblidades para que empresas ou pessoas físicas, além das voluntárias, possam contribuir para que mais mulheres possam ter suas vidas transformadas e que resgatem sua dignidade.

Que mensagem você deixaria para as mulheres, neste ano que está em seu limiar?

Em nome do Grupo Mulheres do Brasil e em especial do colegiado Recife, desejo a todas as mulheres e familiares, um novo ano repleto de conquistas e renovação, para que possamos continuar unindo forças, inspirando umas às outras e construindo um futuro cada dia mais igualitário e brilhante. Desejo que 2024 seja um ano de muitas realizações, superações e solidariedade entre nós.Juntas, somos imparáveis. Feliz novo ano!!

*Entrevista concedida à Fabíola Farias-Coluna Social Fama – Portal Difusão Brasil (difusaobrasil.com.br)

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