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Dia de Finados: Psicólogo explica as fases que sucedem a perda

O Dia de Finados – 02 de novembro – traz à tona um assunto que muitos evitam falar: a morte. É nesta data que muitos tiram um tempo para levar flores ao túmulo de alguém que já partiu ou para lembrar do ente querido que deixou saudades. Mas, é impossível falar da morte sem falar do luto.

Segundo Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra suíça e autora do livro “On Death and Dying” (Sobre a Morte e o Morrer, em português), o luto representa uma resposta emocional e psicológica diante da perda de alguém ou algo significativo em nossas vidas. Em sua obra, ela descreve o luto como um processo importante para enfrentar a perda e ajustar-se a uma nova realidade. Em Caruaru, o UniFavip Wyden oferece o serviço, que acolhe a população de forma gratuita em Psicologia Clínica e Psicologia Social. Os interessados podem entrar em contato pelo (81) 3138-8513 (WhatsApp) para obter mais informações e fazer o seu agendamento.

Mas, como lidar com o luto?

De acordo com Eduardo Tedeschi, psicólogo do curso de Psicologia da Wyden, é preciso primeiro entender que o processo do luto é vivenciado de maneira singular. “O luto é um processo e ocorre de maneira única para cada indivíduo e pode durar mais ou menos tempo, de acordo com cada pessoa. É importante buscar formas de expressar sentimentos com relação a este momento e saber que não há sentimentos certos ou errados”, comenta o profissional.

Eduardo explica que diversas teorias, como a da própria Elisabeth Kübler-Ross, divide o luto em fases, o que ajuda a compreendê-lo:

Negação: No início, pode haver uma negação da perda com uma importante dificuldade de aceitação frente à realidade. Pode haver um choque emocional e uma sensação de irrealidade.

Raiva: À medida que a negação diminui, é comum surgir sentimentos de raiva e frustração. Pode-se questionar o porquê da perda e podendo haver também, sentimento de injustiça.

Barganha/Negociação: Nessa fase, o sujeito tende a propor “barganhas” ou negociações internas. Desse modo, buscando uma forma de reverter a perda ou amenizar a dor.

Depressão: Conforme a realidade da perda se torna mais evidente, é comum experimentar sentimentos de tristeza profunda, desesperança e desânimo. Pode-se vivenciar um período de introspecção e retraimento.

Aceitação: Na fase final, a pessoa tende a um estágio de aceitação compreendendo e aceitando a perda como parte da vida. O que não significa um esquecimento ou que a “dor” desapareça completamente. Há um caminho para seguir em frente e se adaptar à nova realidade.

“Durante o luto, é comum experimentarmos sentimentos como: tristeza, desesperança e desânimo. Sendo esses, considerados reações naturais e parte do processo de perda. No entanto, em alguns casos, esses sentimentos podem persistir por um longo período de modo a interferir significativamente na vida cotidiana do sujeito. Podendo levar a algum transtorno mental, como por exemplo o luto patológico ou diagnósticos de depressão. O diagnóstico e acompanhamento demanda o acompanhamento profissional como por exemplo o psicólogo”, explica o coordenador.

Tipo de apoio durante o luto: qual o papel de cada um deles?

No período que sucede a perda de alguém próximo, a família pode oferecer apoio emocional, compreensão e compaixão para quem está vivenciando esta perda. Para Eduardo, “a presença dos entes queridos e o compartilhamento de sentimentos e experiências podem ajudar a pessoa enlutada a sentir-se amparada e compreendida. Do mesmo modo, a família também pode auxiliar na organização de rituais de despedida, etapas importantes para o processo de elaboração do luto”.

Tão importante quanto o apoio familiar é a busca de um apoio profissional. “A psicoterapia oferece acolhimento para que a pessoa enlutada possa expressar seus sentimentos, encontrar apoio emocional. O psicoterapeuta pode oferecer validação e direcionamento para auxiliar a pessoa enlutada na jornada do processo de luto, ajudando-a a encontrar maneiras de compreender suas experiências”, explica o psicólogo.

Uma outra alternativa são os grupos de apoio, que proporcionam um espaço no qual os indivíduos enlutados podem se conectar com outras pessoas que passam por situações semelhantes. “Essa conexão pode trazer uma sensação de pertencimento e compreensão mútua, reduzindo o isolamento emocional que muitas vezes acompanha o luto”, reforça Eduardo.

Luto adulto X luto infantil: há diferenças?

Para Eduardo, há uma diferença na forma em que crianças e os adultos expressam suas emoções: “Dado que, em função do desenvolvimento humano, as crianças podem dispor de menos recursos verbais para expressar seus sentimentos, elas frequentemente demonstram a perda por meio de comportamentos como choro, dificuldades acadêmicas, ocorrência de pesadelos ou alterações no apetite. Já os adultos tendem a expressar o luto por meio da verbalização de seus sentimentos”. É importante mencionar que isto são possibilidades que podem variar para cada indivíduo e a busca por ajuda profissional, de amigos e familiares, deve ser feita tanto no caso dos adultos quanto das crianças.

Redação com assessoria – Foto: Divulgação

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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