Raquel dá exemplo de articulação pelo estado, juntando senadores, deputados e ministros

 

A governadora Raquel Lyra, que tem apanhado no relacionamento com a Assembléia Legislativa ao ponto de até hoje não ter uma bancada formada a seu favor, chega ao 10.o mês de Governo com uma articulação nacional de fazer inveja aos ex-governadores de Pernambuco. Beneficiando-se de um bom relacionamento com o presidente Lula, que abriu as portas do seu Governo para o estado e, consequentemente, para ela, Raquel não só conseguiu compromisso de todos os ministérios com os grandes investimentos sonhados pela população como esta terça-feira foi de uma ousadia a toda prova e colheu os frutos que queria. Atendendo a seu convite, 21 dos 25 deputados federais do estado, os 3 senadores e os 3 ministros pernambucanos sentaram com ela em Brasília para tomar conhecimento detalhado dos projetos e ajudar no encaminhamento de emendas de bancada para todos eles.

Em outros tempos, a radicalização da política estadual, refletida não só em termos de esquerda e direita mas também de Governo e Oposição, impediram um encontro com a dimensão do realizado, mesmo que conduzido por políticos de dimensão e experiência muito maiores do exibido pela governadora, primeira mulher a governar Pernambuco. “Raquel aprendeu logo que, sem o apoio de um Lula na presidência, ela daria com os burros n’água e, já na campanha, se preparou para isso não radicalizando o discurso e, muito pelo contrário, permitindo o famoso voto Luquel (Lula e Raquel), um dos motivos pelo quais neutralizou o apoio de Lula a Marília Arraes, sem perder os votos da direita que é muito forte, sobretudo no Recife”- comentou com o blog um dos deputados federais presentes no encontro.

Outro parlamentar ressaltou que a governadora “fez uma apresentação muito boa, organizada e objetiva, mostrando enorme conhecimento do que estava dizendo, o que ajudou na compreensão de que ela está preparada para tocar todos os projetos e dar conta deles, caso esteja com os recursos em mãos”. Aos presentes ela falou diversas vezes do presidente Lula, com o qual esteve, mais uma vez, antes da reunião e nominou os ministros em cujas pastas se encontram cada um dos projetos que apresentou. Saíram todos otimistas e com a impressão de que, apesar das dificuldades iniciais de tocar a máquina, Raquel tem pano pras mangas para mostrar serviço daqui pra frente.

Freio de arrumação

Um amigo e confidente da governadora informou a este blog que “perde tempo em que imaginou que ela não sabia o que estava fazendo”. Disse que, tão logo foi eleita, Raquel tomou a decisão de, durante o primeiro ano, organizar a economia do estado diante da falta de dinheiro em caixa para investimentos, tocar projetos, conseguir empréstimos e buscar em Brasília a sustentação dos recursos federais. “Também segurou as despesas do estado e esta questão de que ela não nomeou ainda pessoas para todos os cargos é decorrente disso. Se tivesse inchado a máquina chegaria no final do primeiro ano com dificuldade de pagar salários”.

A espera das obras

O comentário na Assembléia dos deputados que apoiam a governadora é de que se ela conseguir gastar todos os recursos de que vai dispor a partir do próximo ano, “Pernambuco vai se transformar em um canteiro de obras”, como costuma afirmar o deputado estadual Antonio Moraes, presidente da Comissão de Justiça da Alepe. Por conta disso já se comenta nos corredores da casa que, no ano que vem, a bancada governista vai crescer muito pois com obras no interior nenhum prefeito vai querer subir em palanque de oposição.

Metrô fora

Na reunião de Brasília o único ítem que não estava na pauta era o Metrô do Recife. A governadora explicou aos presentes que, saindo dali, ia para o gabinete do Ministro das Cidades, pasta a qual o Metrô está entregue para continuar discutindo uma solução. A idéia é que o Governo Federal recupere o Metrô e que, depois disso, o estado assuma sua administração para, só então, discutir o rumo a tomar. O mais provável é que seja feita uma concessão como aconteceu em Minas Gerais mas nada está definido.

Prédio do Diário

O prédio do Diário de Pernambuco, tombado pelo patrimônio histórico, e um dos mais antigos do centro do Recife, vai ser recuperado pelo Governo do Estado, após anos de abandono e depredação. A secretaria de administração, que conduz as licitações do estado, já abriu chamada para empresas de arquitetura interessadas em participar de concorrência para tocar estudos e projetos necessários à obra que precisará ser feita, preservando todas as características do local.

Pergunta que não quer calar: O prefeito João Campos vai conseguir que Raquel conquiste o PDT e o MDB, que fazem parte de sua base hoje?

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