Boa no macro e difícil no micro, Raquel está com dificuldade de manter secretariado

 

Para surpresa de quem acreditava que o Governo do Estado tinha vencido a época das turbulências iniciais de qualquer mandato, o Palácio do Campo das Princesas anunciou na noite desta sexta-feira a saída do quarto secretário estadual da atual gestão que está para completar o oitavo mês na próxima semana. Se os inicialmente substituídos, Silvério Pessoa, da Cultura; Regina Célia, da Mulher; e Aloisio Ferraz, da Agricultura eram pouco conhecidos na administração pública, o secretário de infraestrutura, Evandro Avelar, que vinha discutindo com a governadora sua saída da equipe, confirmada ontem, tem vasta experiência como secretário de estado e secretário de municípios grandes, como Jaboatão e Olinda. No início do Governo chegou a ser citado como “homem forte” da governadora uma vez que sua secretaria responde por órgãos como Detran, DER, Consórcio Metropolitano de Transportes e EPTI, a empresa que cuida do transporte no interior.

Ontem à noite, deputados estaduais se mostraram perplexos com a saída de Evandro, citando-o como o auxiliar da governadora que mais atendia os parlamentares e fazia constantes viagens ao interior, o que ajudou a quebrar a resistência inicial ao Governo na Assembléia. Nos corredores da casa, no entanto, são corriqueiras as queixas dos deputados pela falta de autonomia dos secretários para resolver até pendências comuns . Dizem que eles afirmam, se procurados, que precisam consultar o Palácio e isso demora não apenas semanas mas até meses.

– Torcemos muito pela governadora que é bem intencionada e tem bons projetos mas ela se sai muito bem a nível federal, tanto que tem ajudado a trazer muitos investimentos para o estado, mas no dia-a-dia o governo não engrenou.”- afirmou a este blog um deputado da base governista que pediu para não ser identificado. Também se fala muito na Alepe da falta de autonomia dos secretários sobre os órgãos a eles subordinados. Muitos só foram conhecer os presidentes e diretores de órgãos depois que eles foram nomeados, o que estaria acarretando problemas de relacionamento. Na verdade, como uma das inovações da gestão Raquel Lyra é selecionar pessoas de acordo com os currículos, que são examinados pela Casa Civil, muitas vezes a governadora gosta de um currículo, entrevista o interessado e faz a nomeação imediata. Só depois comunica ao secretário.

O palanque de Raquel

Esta semana na Assembléia, um deputado da base governista definia para outros colegas o que, no seu entendimento, favorece a governadora Raquel Lyra nos entendimentos políticos para 2024. Segundo ele, a proximidade com o presidente Lula, que anula, de certa forma, a hegemonia da esquerda no palanque lulista; o fato do estado estar bem na fita para conseguir empréstimos com a recuperação da Capag (Capacidade de Pagamento); e a certeza de que os prefeitos do interior querem disputar eleição no palanque do governador, o que o PSB hoje não tem para oferecer. Afirmou que “por mais que o prefeito João Campos se esforce sua capacidade de ajudar os socialistas no interior é muito pouca”.

Lançamento da semana

O maior evento político da semana que vem é o lançamento do primeiro volume da biografia do senador Jarbas Vasconcelos na próxima quinta-feira, a partir das 18 horas, no JCPM. Escrita pelo jornalista Ênio Benning e tendo como prefaciadores o jurista Joaquim Falcão e o sociólogo Antonio Lavareda, a solenidade vai contar com a presença do mundo político e dos ex-colaboradores, amigos e admiradores do senador que fez aniversário esta semana.

Pergunta que não quer calar: por onde anda o secretário de recursos hídricos e saneamento do estado, Almir Cirilo que no início da gestão sempre acompanhava a governadora?

 

Redação com assessoria – Foto: Divulgação

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