A importância do fracasso –Por Daniel Beker*
“Eu perdi quase 300 jogos. Errei mais de 9 mil arremessos. Por 26 vezes, confiaram em mim para fazer a cesta que definiria o vencedor do jogo e fracassei. Eu falhei e falhei muitas vezes, seguidamente, em toda a minha vida. E é por isso que eu fui bem sucedido”. (Michael Jordan)
Uma das tarefas mais importantes que temos é ensinar os filhos a valorizar o ato de errar, a aceitar o fracasso como parte do processo. Não há nenhuma outra maneira de aprender a fazer algo bem senão errando muitas vezes.
Quando a gente briga e grita com um filho porque ele fez algo errado, seja quebrar um objeto ou esquecer o dever de casa, estamos ensinando o medo do erro e do fracasso. A ilusão de que ele consegue fazer certo na primeira vez (que vai levar a muitas decepções). Estamos ensinando a desistir e não persistir. E persistência é uma qualidade fundamental para a vida.
Quando seu filho cometer qualquer erro, mostre a ele que está tudo bem. Que isso faz parte. Que você confia que ele mais tarde vai conseguir. Que você fica contente por ele ter tentado. Que o importante é continuar tentando. Que persistindo, ele vai chegar lá.
E quando ele chegar lá, não diga que ele é excelente ou maravilhoso, porque é tão inteligente ou talentoso. Ao invés disso, diga que você está muito feliz por ele ter feito tanto esforço e ter progredido tanto. Fazer um elogio estanque, de uma característica ou um estado fixo da criança, pode fazer com que ela fique com medo de ser testada, e sem o desejo de continuar evoluindo. Ao contrário: elogiar o processo, a dedicação, o progresso, é muito melhor que elogiar o sucesso em si. Ela vai seguir valorizando cada vez mais o esforço.
*Daniel Becker é pediatra, sanitarista, palestrante e escritor. Colunista do Jornal o Globo. Mestre em Saúde Pública pela FIOCRUZ, foi o primeiro médico brasileiro a trabalhar com Médicos sem Fronteiras (1988), e um dos criadores da Estratégia Saúde da Família. Texto compartilhado pelo Blogdellas.
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