Há mais de 16 anos sem eleição acirrada para o TCE, deputados mostram quadro indefinido

Esta terça-feira quando a Assembléia vai escolher, através do voto, o novo conselheiro do Tribunal de Contas que vai ocupar a vaga da conselheira aposentada Teresa Duere, “tudo pode acontecer”, como resumiu um graduado parlamentar referindo-se à ausência de prognóstico sobre a disputa entre os deputados Rodrigo Novaes (PSB) e Joaquim Lira(PV). Apesar de reconhecerem a força dos dois pretendentes – Rodrigo tem o apoio do prefeito João Campos e do presidente da Alepe Álvaro Porto e Joaquim conta com a ajuda da governadora Raquel Lyra – alguns deputados ouvidos pelo blog acreditam que tem muita gente escondendo o jogo para não desagradar oficialmente nenhum dos lados.

Um deputado do PL resumiu bem esse clima: “o voto é secreto, só eu sei em quem vou votar mas não vou ficar propagando isso por aí. Se eu abrir o jogo e meu candidato não ganhar o outro pode ficar com raiva de mim”. Essa é a principal explicação para a falta de clareza no processo. O TCE é onde se julgam as contas dos prefeitos e todos os parlamentares acabam precisando da boa vontade de algum conselheiro para as demandas dos municípios. Mas há outra explicação, além dessa, para se esconder o jogo : há mais de 16 anos a Alepe não experimenta uma eleição para o TCE acirrada como essa. Antes, o governador escolhia um nome e ele era apenas referendado, após um périplo pelos gabinetes para conversas ao pé do ouvido.
Agora, com o movimento de independência da casa, houve um afrouxamento no processo ao ponto de terem surgido seis candidatos ao cargo. Não se conseguiu evitar, porém, a influência externa do Palácio das Princesas, onde despacha a governadora Raquel Lyra, que apóia Joaquim, e do Palácio Capibaribe Antonio Farias, onde despacha o prefeito João Campos, que apóia Rodrigo Novaes. Dependendo do resultado do embate de hoje Raquel ou e João vão sair como vencedores ou perdedores. A essa altura, a Assembléia foi envolvida na luta entre os dois maiores líderes políticos estaduais, virando coadjuvante. A única diferença é que desta vez o escolhido será da própria casa e não de fora, como, quase sempre, aconteceu.

Candidato avulso

No meio da disputa entre os dois principais concorrentes, ontem um advogado do Cabo de Santo Agostinho, Osvir Tomaz, que responde pela procuradoria municipal, registrou sua candidatura, com base na assinatura de 10 deputados aos quais pediu apoio sem compromisso de voto. O regimento da Alepe exige no mínimo 10 assinaturas para registrar candidaturas e qualquer pessoa pode se candidatar.

Sem sabatinas

Como há dois deputados candidatos e mais o advogado Osvir, o presidente da Comissão de Justiça, deputado Antonio Moraes, disse que o colegiado não vai fazer sabatina – o regimento não exige isso – mas hoje, em sua reunião ordinária, que começa às 9h30m, vai ser dado tempo para os postulantes que desejarem usar a palavra por 10 minutos. A eleição será à tarde na reunião plenária da Alepe que começa às 14h30m.

BNB ajuda o estado

Os cearenses e piauienses sempre chegaram na frente dos pernambucanos na disputa pela presidência do Banco do Nordeste. Agora que o posto foi ocupado pelo ex-governador pernambucano Paulo Câmara quase todas as semanas o banco anuncia uma boa nova para o
Estado. Ontem, ao falar para os empresários estaduais na Fiepe, Câmara disse que até dezembro o BNB aplicará R$ 600 milhões através do micro-crédito no estado e que pode financiar parte da construção do ramal de Suape da Transnordestina.

Raquel define repasse para o Hospital do Câncer

A governadora Raquel Lyra definiu esta segunda-feira repassar mensalmente para o Hospital do Câncer de Pernambuco, um órgão privado mas filantrópico, o valor de R$ 2 milhões e 226 mil. O objetivo é ajudar na solução da crise vivida pelo HCP que levou os médicos a anunciarem paralisação por atraso de salários.

Pergunta que não quer calar: o que vai acontecer na política pernambucana após a escolha do novo conselheiro do TCE esta terça-feira?

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