Federação PSB/PDT/Solidariedade causa incerteza a deputados insatisfeitos
Na semana passada, a bancada do PSB na Assembléia festejou a decisão do PDT e Solidariedade de aceitarem formar uma Federação dos três partidos. ”Agora a oposição aqui vai crescer”- afirmou um parlamentar socialista sem esconder o sorriso de celebração. Não foi a mesma, porém, a repercussão entre os quatro deputados do Solidariedade – Luciano Duque, Gustavo Gouveia, Fabrízio Ferraz e Lula Cabral – que receberam convite pessoal da governadora Raquel Lyra para integrar a base governista na Alepe e já analisam saídas para desembarcar em um dos partidos fiéis ao Governo. O preferido hoje seria o Podemos, comandado no estado pelo ex-deputado federal Ricardo Teobaldo.
No início do ano, os quatro contavam com o fato do Solidariedade não ter atingido a cláusula de barreira, o que os liberaria para procurar outro abrigo partidário mas foram surpreendidos com a fusão do Solidariedade com o Pros, garantindo a sobrevivência da legenda. Agora, quando socialistas celebram a Federação, eles passaram ver nesse caminho mais uma oportunidade de sair do atual partido por não concordarem com a companhia do PSB, legenda com a qual os quatro não se sentiriam a cavaleiro para combinar votações daqui pra frente.
Na última eleição, eles estavam no palanque de Marília Arraes que passou todo o primeiro turno combatendo fortemente o PSB. Agora não vêm sentido em uma convivência forçada com os socialistas. Esta semana vão ouvir advogados e, se possível, segundo um deles, “consultar o TSE sobre a possibilidade de sair do Solidariedade sem risco”. Na verdade, as Federações foram criadas recentemente e ainda não contam com um arcabouço jurídico de sustentação. Hoje há jurisprudência sobre o caso de fusões ou incorporações de partidos – nesses casos, os parlamentares insatisfeitos podem decidir tomar outro caminho – mas no caso das Federações a lei é omissa e a Justiça não foi demandada para um pronunciamento, o que pode ocorrer a partir de agora.
Como fica o próprio PSB?
Se os deputados do Solidariedade ganharem o direito a sair sem problemas, nem que seja via mandato judicial, deputados do PSB, já fechados no apoio à governadora Raquel Lyra, também podem utilizar a mesma estratégia para abandonar o ninho socialista, alegando desconforto com a Federação. “A confusão só está começando” afirmou ontem a este blog um deputado governista que acredita na possibilidade da nova Federação “ provocar mais baixas do que ganhos para a Oposição na Alepe”.
Vaga no TCE para uma mulher
Cresce cada vez mais no entorno da governadora Raquel Lyra o grupo que defende que o próximo conselheiro do TCE, que vai assumir a vaga da conselheira Teresa Dueire, seja uma mulher. A justificativa é de que no momento só tem uma mulher em alto posto naquela corte e seria inconcebível voltar ao tempo em que o TCE só tinha conselheiros homens. Como a próxima vaga é da Assembléia o nome da deputada Débora Almeida vem sendo citado como opção a ser apresentada aos deputados votantes no segundo semestre quando Teresa deve pedir aposentadoria. Outro nome seria o da vice Priscila Krause mas Raquel não abre mão da companhia de Priscila no Governo.
Comissões serão oficializadas esta segunda
As 14 comissões da Assembléia Legislativa que ainda não escolheram seus presidentes e vices se reunirão esta segunda-feira para, através de votação, definir o comando de todas elas. As três principais – Justiça, Finanças e Administração – já fizeram a votação e estão em pleno funcionamento. A composição das demais, porém, deu muito trabalho ao presidente Álvaro Porto e ao 1.o secretário Gustavo Gouveia pois a disputa foi acirrada nos bastidores.
Pergunta que não quer calar: quem vai mesmo se beneficiar com a Federação do PSB/PDT/Solidariedade na Alepe – a oposição ou a bancada governista?
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