Eleição só será em 2024 mas Raquel e Priscila estão de pés fincados nos morros do Recife
Embora venha sendo criticada por ainda não ter formado uma base política, a governadora Raquel Lyra, ao lado da vice Priscila Krause, está de olhos abertos e pés fincados no solo da Grande Casa Amarela, no Recife, cuja população de mais de 300 mil habitantes supera a de muitos municípios metropolitanos. Empossadas no dia 1 de janeiro as duas estiveram já no dia 6 no Alto José do Pinho, anunciando a chegada de água de imediato para 50 casas, onde o líquido não corria nas torneiras há 8 anos, e ontem subiram o Alto do Refúgio, em Nova Descoberta, para anunciar a redução do rodízio. A água estava chegando nas residências a cada 30 dias e agora o rodizio passou a ser de dois dias.
A principal promessa de campanha da governadora foi a de levar água a todas as casas. Vai conseguir? É difícil mas o simples fato de estar rapidamente superando alguns gargalos no abastecimento da população mais carente da capital não deixa de ser um importante capital político. E que já gera resultado. Dona Biu, que chegou a aparecer no guia da governadora denunciando que pagava a água mas não recebia, desabafou : “obrigada Raquel e Priscila. Eu já tinha perdido a esperança”. Ontem, a jovem de 19 anos Laysa Khatillen disse ao ver a água na torneira: “agora estamos sendo vistas e ouvidas”.
Por que a governadora está conseguindo de forma tão rápida resolver demandas reprimidas por anos? Há uma estrutura na Compesa para resolver situações pontuais mas que não garantem permanência. Ontem, porém, Raquel anunciou em Nova Descoberta que uma obra de 45 dias vai fazer com que a água que chegou às primeiras casas, em 45 dias alcance as residências de 40 mil pessoas. Quantas pessoas vão conseguir ser atendidas nos próximos anos? O Palácio ainda não sabe mas não precisa ir muito longe para perceber que fará grande diferença para o candidato de Raquel a prefeito do Recife expor na TV ,em sua campanha, depoimentos marcantes das pessoas beneficiadas. É pagar pra ver.
Simone vice
A deputada estadual Simone Santana lançou esta quinta-feira sua candidatura a primeira vice-presidente da Assembléia Legislativa na eleição que será realizada no início de fevereiro para escolha da nova mesa diretora da casa. Embora tenha sido primeira vice por dois anos – de 2019 a 2020 – sendo a primeira mulher a chegar lá, ela quer repetir a dose usando, entre outros, um argumento insofismável: o fato de que em 2022 a população pernambucana elegeu três mulheres para cargos majoritários – Raquel, Simone e Teresa – e a Alepe não pode ficar atrás reservando vaga na mesa à sua bancada feminina. Ela vai iniciar o terceiro mandato.
Jobim defende moderação
O ex-presidente do STF, Nelson Jobim sugeriu esta quinta-feira em conferência em São Paulo os três poderes usem de “sapiência e clareza ao tratar dos incidentes do dia 8”.Colocando-se como uma das pessoas interessadas no assunto, adiantou “nós temos que saber ter tolerância. Se o Governo e os democratas começarem a agir com uma retaliação generalizada, vamos ter uma radicalização e isso fortalecer o Bolsonaro. Radicalizar não adianta. Nós precisamos superar isso”.
Mais de mil tornozeleiras
Apesar das advertências de Jobim, ontem as forças de segurança começaram a providenciar mais mil tornozeleiras eletrônicas para os bolsoristas que tiveram participação nos atos golpistas mas não foram vistos depredando ou praticando outros atos de violência. O ministro Alexandre de Moraes deixou claro que é importante os órgãos de segurança continuarem monitorando os presos que estão sendo soltos. Entre os demais já há 140 com prisão preventiva decretada e que continuarão nas penitenciárias de Brasília.
Noronha ambiental
Depois que alguns deputados questionaram na Assembléia o fato do Distrito de Fernando de Noronha ter sido alocado na Secretaria de Meio-Ambiente, a assessoria do Palácio esclareceu que não foi da atual governadora a idéia mas que desde a gestão anterior Noronha já estava nessa secretaria. Raquel decidiu mantê-lo na mesma pasta, segundo a nota, por entender que agir diferente “seria ignorar que as questões ambientais são o norte e a própria essência do Arquipélago”.
Pergunta que não quer calar: será Priscila a candidata de Raquel a prefeita do Recife?
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