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CNBB diz que medidas do Ministério da saúde sinalizam para flexibilização do aborto e cobra posição de Lula



Em uma nota dura que termina com a frase, “Não, contundente, ao aborto”, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) cobrou esta quarta-feira do Governo Federal explicações sobre duas decisões do Ministério da Saúde. A primeira, do dia 13, que revogou portaria de 2020 do Governo Brasileiro, determinando a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais, e a segunda, desta terça-feira, que desvinculou o Brasil da Convenção de Genebra que, em decisão de 2020, assinada pelo Brasil e mais 30 países, entre eles os Estados Unidos, “assumiu posição pelo direito à vida, contra o aborto e pelo reconhecimento da família como base da sociedade”, como dizem os bispos.

O nome da nota é “A Vida em Primeiro Lugar” e está assinada pelo presidente da CNBB, organismo que representa todos os bispos brasileiros, Dom Walmor Oliveira do primeiro e segundo presidentes e do secretário-geral, todos bispos ou arcebispos. Segundo a nota, o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva assumiu compromisso de campanha de defesa do nasciturno e os bispos “não concordam e manifestam reprovação a toda e qualquer iniciativa que sinalize para a flexibilização do aborto”. O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, publicou a íntegra da nota em sua conta no twitter pela qual se manifesta diariamente.

Na nota (abaixo) a CNBB diz que esta é hora “de sensatez e equilíbrio para efetiva busca da paz” e que “qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito”.

“A Vida em Primeiro Lugar”
Nota da CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil não concorda e manifesta sua reprovação a toda e qualquer iniciativa que sinalize para a flexibilização do aborto. Assim, as últimas medidas, a exemplo da desvinculação do Brasil com a Convenção de Genebra e a revogação da portaria que determina a comunicação do aborto por estupro às autoridades policiais, precisam ser esclarecidas pelo Governo Federal, considerando que a defesa do nasciturno foi compromisso assumido de campanha.

A hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz. É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direitop e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social.

A Igreja, sem vínculo com partido ou ideologia, fiel ao seu Mestre, clama para que todos se unam na defesa e na proteção da vida em todas as duas etapas – missão que exige compromisso com os pobres, com as gestantes e suas famílias, especialmente com vida indefesa em gestação.

Não, contendente, ao aborto

Possamos estar unidos na promoção da dignidade de todo ser humano


Brasília, 18 de janeiro de 2023

Dom Walmor Oliveira de Azevedo – presidente
Dom Jaime Spengler – Primeiro Vice
Dom Mário Antonio da Silva – Segundo Vice
Dom Joel Portella Amado – secretário-geral

Redação blogdellas – Foto: CNBB/Divulgação

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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