Poder estadual muda de mãos e é feminino

 

Esta segunda-feira quando diplomará os eleitos de 2022, o Tribunal Regional Eleitoral entregará o diploma de governadora a Raquel Lyra, primeira mulher a exercer este cargo no estado. Ao mesmo tempo, diplomará a deputada estadual Teresa Leitão como senadora, também a primeira mulher a exercer essa função na história pernambucana. Reconhecido como um estado politicamente machista e misógino, Pernambuco resolveu, de uma vez só, consagrar suas mulheres políticas dando-lhes a vitória na eleição majoritária. De quebra também elegeu a vice-governadora Priscila Krause que substitui outra vice eleita há 4 anos, Luciana Santos.

Embora tenha tido homens expressivos e bem colocados nas intenções de voto durante toda a campanha deste ano, como Miguel Coelho, Anderson Ferreira e Danilo Cabral, as mulheres lideraram o pleito do princípio ao fim. Primeiro com Marília Arraes, do Solidariedade, que permaneceu na liderança das pesquisas durante todo o primeiro turno e saiu vencedora nessa primeira fase. Depois, já no segundo turno, a liderança coube à outra mulher na disputa, Raquel Lyra (PSDB), que acabou vencedora.

A expressão do voto feminino estendeu-se à disputa para a Câmara Federal. Desde a pioneira Cristina Tavares, o estado atravessou períodos em que só tinha uma mulher entre os 25 deputados federais ou que não contava com nenhuma. No momento, por exemplo, só tem Marília que não renovou o mandato porque se candidatou a governadora mas, em compensação, o povo elegeu três mulheres para a Câmara: Iza Arruda (MDB), Maria Arraes (Solidariedade) e Clarissa Tércio (PP). Publicou por três a participação feminina. Já na Assembléia a bancada feminina encolheu porque Priscila e Teresa disputaram a majoritária assim como a deputada Alessandra Vieira. Desta forma, se em 2022 a bancada estadual tinha 10 mulheres, em 2023 só terá seis.

Mozart na educação?

Enquanto a governadora não anuncia seu secretariado, as especulações continuam de vento em popa. Um novo nome que surgiu foi o do professor Mozart Neves, membro do grupo Todos pela Educação Nacional. Ele pode vir a assumir a pasta a convite de Raquel e Débora Almeida, então cogitada, seria aproveitada em outra área. Mozart além do protagonismo nacional junto a Marcos Magalhães e Viviane Sena no Todos pela Educação, foi reitor da UFPE e secretário de educação da gestão Jarbas Vasconcelos quando se notabilizou no estado o ensino em tempo integral.

Assembléia à espera

Desta segunda-feira até o início do ano, o noticiário político girará em torno da governadora Raquel Lyra e da sua equipe ainda não revelada. Nesse período, a Assembléia Legislativa será convocada para votar projeto de reforma administrativa do estado a ser enviado por Raquel. Os deputados antigos se despedem da casa dia 1.o fevereiro para dar lugar aos reeleitos e aos novos parlamentares de primeiro mandato. Mas, em janeiro, vai ferver a temperatura na casa legislativa em torno da eleição da nova mesa diretora a ser eleita e no mesmo dia da posse dos deputados que cumprirão o mandato de 2023 a fevereiro de 2027.

Luciana no páreo para ministra

A vice-governadora Luciana Santos tem seu nome lembrado no entorno da transição do presidente Lula para ocupar o Ministério das Mulheres. Presidente nacional do PCdoB, partido muito leal ao PT, ela foi indicada pela legenda para o novo ministério. Primeiro se pensou em Turismo mas a pasta já teria sido negociada com o PSD. Agora surge o Ministério das Mulheres. Se isso acontecer Pernambuco passa a contar com dois ministros José Mucio e ela.

Teresa agradece

Católica praticante, a senadora eleita Teresa Leitão mandou celebrar uma missa em Ação de Graças pela sua vitória na eleição deste ano. A celebração vai acontecer próximo dia 22 às 19 horas no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, na avenida Oliveira Lima, onde funcionou o Colégio Nóbrega.

Pergunta que não quer calar: quando Lula afinal vai começar a anunciar as representantes femininas em seu ministério?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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