Dois líderes de massa dividem o Brasil e se enfrentam nas urnas este domingo

 

A eleição presidencial que se encerra este domingo com o veredicto das urnas é a primeira na história do Brasil em que um presidente e um ex-presidente se enfrentam no pleito mais importante do país. Mas não é só isso: de um lado está Lula, um líder de massas, expressão máxima da esquerda, atualmente; do outro, Jair Bolsonaro, também um líder de massas, o primeiro marcadamente de direita, forjado nas urnas. Não é à-toa, portanto, que dividiram o país em duas bandas numa polarização jamais imaginada.

Tanto um quanto o outro, por motivos diversos, são populistas e, ao invés de discutirem os reais problemas brasileiros apontando soluções para eles, preferiram o reducionismo na campanha com Lula acusando Bolsonaro de fascista e Bolsonaro chamando Lula de comunista. Só quem não conhece a dimensão do Brasil e suas nuances multifacetadas poderia imaginar que, ganhando Lula, o comunismo seria adotado em terras brasileiras, ou, vencendo Bolsonaro, o fascismo governaria a nação.

Mas, na verdade, em tempos de marketing acima de tudo e das redes sociais onde o radicalismo impera e a discussão séria não tem guarida, a maioria da população acredita que a luta é mesmo de fascistas contra comunistas, ou vice-versa, e, num quadro desses, é impossível dialogar. Um olho mais acurado e menos envolvido nessa polarização que está pondo os nervos à flor da pele, poderia enxergar que essas duas mágicas palavras não são mais do que estratégia para vencer a eleição e assumir o poder. Nada mais do que um jogo político em que a grande maioria embarcou.

Bolsonaro surgiu no meio das forças que combatiam o PT por apostar na radicalização que o PSDB se recusava a assumir, e, da mesma forma que se alimentou disso, agora o PT, com a força de Lula, tenta retomar o seu lugar. Os dois grupos são interdependentes e se retroalimentam. Se qualquer um tivesse desistido do pleito o outro poderia não resistir e, aí sim, abrir caminho para uma terceira via que não vingou exatamente pelo recurso à polarização. Agora é pagar pra ver.

Marília e o terço

A candidata Marília Arraes usou as redes sociais esta sexta-feira para se pronunciar sobre o que chamou de “críticas de apoiadores de Raquel nas redes” pelo fato de ter comparecido ao debate da Globo com um terço nas mãos. Ela disse repudiar este tipo de comportamento “ando com meu terço para rezar e porque me deixa mais segura” e acusou os críticos de “bolsonaristas que não aceitam pessoas que pensam diferente deles”. Aproveitou para dizer que crê na virada e que vai ganhar a eleição.

Pesquisas díspares

Um dia depois que o Instituto Potencial apresentou Raquel Lyra liderando a disputa, mas em empate técnico com Marília, esta sexta-feira o Instituto Veritá mostrou uma diferença de 29 pontos pró Raquel. Nos votos válidos, Raquel tem 64,7% e Marília 35,3%. Registre-se que as duas pesquisas tinham sido impugnadas antes, mas prestaram esclarecimentos ao TRE e acabaram liberadas. Só domingo vai ser possível saber qual das duas está com a razão. É por essas situações que o Congresso quer aprovar lei regulamentando as pesquisas e os institutos que as fazem.


Raquel na Mata Sul

Raquel Lyra participou de carreatas em Jaboatão e Paulista esta sexta-feira. Este sábado ela vai para a Mata Sul e Agreste meridional. Às 8 horas participa de ato político em Palmares, às 11 horas visita o comércio de Garanhuns, às 15 horas vai estar em Lajedo para ato político e encerra o dia em Caruaru com caminhada às 19 horas. No domingo, a ex-prefeita de Caruaru, vota às 10h45m no Colégio Diocesano do município e, em seguida, viaja para Recife onde acompanhará o voto da vice Priscila Krause e permanecerá na capital para acompanhar a apuração.

Marília no Recife e RMR

A candidata Marília Arraes participou de diversas atividades no Recife esta sexta. Esteve no Sindicato dos Professores onde assinou carta-compromisso com a classe. Depois visitou o Sassepe e garantiu que a entidade não será extinta caso seja eleita governadora. Por fim participou de carreata na zona oeste da capital acompanhada de vereadores que a apoiam. No domingo, a candidata do Solidariedade acompanha a avó Vilma para votar às 8 horas. As 9 horas Marília vota no Colégio GGE em Parnamirim. Às 11h30m acompanha o voto do vice Sebastião Oliveira, em Serra Talhada e às 14 horas acompanha o voto do marido André Cacau, em Salgueiro. Volta ao Recife às 16 horas para acompanhar a apuração.

Pergunta que não quer calar: Como vai estar o clima no país na noite deste domingo, depois que forem divulgados os resultados da eleição para presidente e governadores?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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