Com estratégia correta e defesa de Lula e Bolsonaro, Marília e Anderson avançam na disputa

 

 

Em um ambiente polarizado nacionalmente e antes de iniciada a propaganda eleitoral, uma coisa parece clara, a julgar pelas pesquisas eleitorais até agora divulgadas e pelo resultado das convenções: a candidata Marília Arraes, que conseguiu colar seu nome ao de Lula, e o candidato Anderson Ferreira, que assumiu de vez o apoio a Bolsonaro, caminham, neste momento, na frente dos demais postulantes, em busca do segundo turno. Acidentes de percurso podem ocorrer, sobretudo em ambiente conturbado de campanha eleitoral, mas eles contam, como lembrava ontem um deputado federal, com o acerto do discurso na pré-campanha, a primeira fase da disputa, que será encerrada esta sexta-feira com a convenção do candidato do PSB, Danilo Cabral.

O que se viu na festa de Marília, no Classic Hall, e de Anderson, no Clube Português, foi exatamente o que estrategicamente ficou definido pelos dois grupos : a cor vermelha do PT e o nome de Lula por tudo quanto é lugar, na convenção de Marília; e as cores verde e amarela nas paredes, no teto e nas bandeiras da festa do ex-prefeito de Jaboatão, além da apoteose planejada para o final quando foi exibido o vídeo do presidente e os militantes soltaram a voz com o inconfundível “mito, mito”.

Nos corredores da Assembléia e nas coxias do Palácio das Princesas, porém, o que mais se ouve é que Marília vai cair na preferência dos eleitores quando Danilo mostrar Lula pedindo votos para ele na TV, desfazendo o discurso até agora vitorioso de que ela é a preferida do ex-presidente, e de que Anderson é, dos candidatos de oposição, o mais fácil de derrotar no segundo turno, quando o embate vai ser direto entre Lula e Bolsonaro e a esquerda vai estar unida na campanha lulista, quer com Danilo, quer com Marília. Por este raciocínio, Raquel e Miguel seriam mais adequados em um segundo turno por duas razões: teriam os votos próprios ea preferência dos bolsonaristas e dos descontentes do PSB ou do Solidariedade.

Os desafios de Anderson

Satisfeito com o que viu até agora, um dos estrategistas da campanha de Anderson, o deputado federal André Ferreira, se recusa a fazer prognósticos sobre o restante da campanha e muito menos sobre o segundo turno: “cada coisa a seu tempo. Fizemos bem a pré-campanha”, acreditamos que vamos estar bem a partir de agora e isto é o que, no momento, nos importa. Ele diz que Bolsonaro teve 35% dos votos dos pernambucanos no segundo turno de 2018 e vem ajudando a Anderson não só por ser do seu partido e apoiá-lo “mas porque ambos defendem a mesma pauta de costumes e isso o eleitor vem percebendo”.

Marília assumiu o discurso da oposição

No caso da candidata Marília Arraes, segundo observadores da política, ela assumiu ao mesmo tempo dois trunfos : o uso do nome de Lula e o discurso da oposição. “Marília se mantém em primeiro lugar porque está com Lula, que tem mais de 60% da preferência dos pernambucanos, e está contra o PSB, cujo governador bate recorde de rejeição, ou seja, tem um prato cheio de argumentos para o eleitor” – afirmou ontem um deputado estadual de oposição, explicandoque, mesmo que a disputa por Lula venha a beneficiar Danilo, ainda resta à candidata do solidariedade explorar a rejeição ao governador.

Miguel conta apoios

O candidato a governador Miguel Coelho, ainda ontem tentava, com o comando de sua campanha, contornar dificuldades em sua chapa proporcional após a entrada repentina do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, na disputa pra deputado federal. Os partidos, porém, têm tempo para operar ajustes já que a Justiça Eleitoral dá prazo razoável para o envio das atas das convenções para o TRE. Já quanto aos apoios nos municípios o senador Fernando Bezerra Coelho contabiliza a presença de 29 prefeitos no palanque de Miguel e 90 ex-prefeitos, além de centenas de vereadores.

PL terá federais e estaduais em quantidade

O deputado federal André Ferreira que o PL, de Anderson, vá eleger 4 deputados federais e 5 a 6 estaduais. Já o União Brasil espera eleger 4 federais e 7 estaduais. Quando todas as previsões forem concluídas é bem possível que o número previsto por todos os palanques ultrapasse o número de vagas. Mas é sempre assim. Para mostrar força a tendência é projetar números superiores à realidade eleitoral.

Fotos: Divulgação

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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