Cuidemos melhor dos nossos idosos
Muito já se falou sobre a velhice. E sobre envelhecer no Brasil. Em 2019, o número de idosos em nosso país chegou a 32,9 milhões. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a tendência de envelhecimento da população vem se mantendo e o número de pessoas com mais de 60 anos entre os brasileiros já é superior ao de crianças com até 9 anos de idade. Os 7,5 milhões de novos idosos que ganhamos de 2012 a 2019 representam um aumento de 29,5% neste grupo etário.
E neste mês de Junho o blogdellas quer falar sobre um assunto que interessa a essa página: O Dia Mundial de Conscientização da violência contra a pessoa idosa foi ontem, 15 de junho. Mas vale para todos os dias, todos os meses dos anos. Devemos sempre estar de olho e alertar contra abusos e maus tratamentos com os nossos idosos. A data foi criada em 2006 pelas Nações Unidas e pela rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, tendo como objetivos refletir numa questão social sensível e acabar com a violência tão presente em nossa sociedade contra a pessoa idosa.
Lembramos que desde 2003 os idosos passaram a contar com uma “ferramenta de proteção”, o Estatuto do Idoso, que garante a eles uma série de direitos como, mais qualidade de vida e bem-estar, mas a gente sabe que na prática não é bem assim que funciona. Na maioria das vezes esses direitos não são assegurados por aqueles que deveriam oferecer o mínimo – amor, cuidado e proteção – a própria família.
Maus tratos é assunto sério neste universo. Como é possível identificar maus-tratos a uma pessoa idosa? Especialistas alertam para os sinais que esses idosos começam a demonstrar, alguns podem apresentar o silêncio, inquietação, tristeza e até mesmo, quando a violência passa a ser física, marcas pelo corpo de agressões sofridas, de um empurrão, uma puxada no braço, dentre outras.
“Infelizmente nos deparamos com casos clássicos como, por exemplo, onde o idoso tem o cartão de aposentadoria e fica um familiar responsável por aquilo, controlar, impor e comprar só aquilo que o parente quer, isso é uma forma de maus-tratos. Ele nem poder ter o direito de tocar naquele cartão. Então a gente se depara percebendo toda essa violência e isso faz com que se desenvolvam várias problemáticas no idoso. A fase idosa, já é uma condição de vulnerabilidade e eles estão propensos a vários transtornos mentais, infelizmente a depressão é destaque. É muito importante que a família observe questões como: autocuidado, isolamento, se tem prazer nas mesmas coisas que antes”, pontuou a coordenadora do curso de psicologia da Wyden, Rosemar Andrade.
Direitos assegurados
“São vários os direitos que decorrem tanto do Estatuto do Idoso, quanto da própria Constituição, que são direitos que visam uma dignidade humana, uma vida plena para esse idoso. Podemos enumerar: o direito à liberdade, direito à saúde, além de uma alimentação de qualidade, explicou Vanessa Cristina Ramos Fonseca da Silva, advogada e docente do curso de Direito da Estácio.
Quando denunciar?
De acordo com a advogada, toda e qualquer suspeita deve ser denunciada. “Não se deve naturalizar esse tipo de comportamento, caso observe alguma atitude abusiva ou mesmo negligente com o idoso, denuncie seja quem for, parente, amigo, vizinho, cuidador. Deve ser denunciado justamente para se buscar dar uma resposta para a sociedade e tirar esse idoso dessa situação, que é uma situação degradante, priorizando sempre a dignidade.
“É importante que a família acolha, proporcione uma condição de vida para esse idoso, dando uma boa alimentação, que ele tenha direito de ter contato com entes queridos, ter contato com grupos, principalmente os que estão com sinais de isolamento”, finalizou Rosemar Andrade.
*Para fazer denúncias ao Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa (CIAPPI), basta entrar em contato pelo telefone (81) 3182-7649. Também é possível denunciar ao Disque Direitos Humanos, no número 100.
Redação do Blogdellas com a assessoria VOZ Comunicação e veículos – Contato- 55/81/32694358- Foto: Google