Após 16 anos de poder, o PSB tem chance de vencer o novo pleito?

 

O BlogDellas  inicia hoje a seção SIM X NÃO. Dentro dos princípios democráticos que nortearam sua criação, o objetivo deste espaço é colocar em discussão os maiores desafios de Pernambuco em todos campos. Iniciamos com debate que a sociedade começa a travar neste ano com vista às eleições de outubro. Propomos aos deputados Priscila Krause, uma das líderes da Oposição na Alepe, e ao deputado Isaltino Nascimento, líder do Governo, responderem a  pergunta acima.

 

Priscila Krause acha que as chances são diminutas e cita falta de projetos estruturadores, a perda de relevância de Pernambuco entre os estados nordestinos e, entre outros, os altos índices de desemprego que, segundo ela, “em 99% atingem as mulheres”. Já Isaltino Nascimento  preferiu um discurso mais político, transferindo responsabilidades para o Governo Federal que, segundo ele, tem o apoio de todos os candidatos oposicionistas, e traçando um perfil do candidato Danilo Cabral que, na sua opinião, tem todas as credenciais para continuar ações exitosas dos governos Eduardo e Paulo Câmara.

 

Deixamos com vocês, leitoras e leitores, as interpretações.

Isaltino Nascimento – Foto Google Imagem

 

Por que Danilo Cabral? Afinal, por que o PSB de Pernambuco, no momento da escolha de um nome para a disputa ao governo do estado, apontou para Danilo Cabral? No meio de tantas lideranças políticas de peso dentro do partido, nosso coletivo fez uma escolha.

 

O recrutamento de um líder, ao meu ver, obedece à lógica e às exigências de cada momento, cada realidade. No Brasil de hoje é fundamental que tenhamos alguém com experiência administrativa e amplitude política porque os desafios são imensos. E Danilo reúne esses atributos.

 

Logo após o lançamento do seu nome à pré candidatura, não faltaram gestos de apoio e aceitação em massa das lideranças do litoral ao sertão do Estado. Essa unidade em torno do candidato comprova que a escolha por Danilo é acertada para enfrentar os desafios da campanha e, principalmente, do mandato que será outorgado pelo povo de Pernambuco.

 

E este povo reconhece as bandeiras levantadas por Danilo na defesa da educação, da assistência social, da redução da desigualdade e de um Estado forte e vigoroso para atender aos anseios e necessidades da população, especialmente da parcela mais vulnerável.

 

O Brasil passa por um dos momentos mais graves de sua história. Nossa democracia, pela qual lutamos, está sob ataque. Nosso povo sofre com a carestia, o desemprego e a violência. Metade da população enfrenta a insegurança alimentar e muitos passam fome.

 

Por tudo isso, nossa prioridade não pode ser diferente e é inadiável enfrentar a desigualdade, o desemprego e a fome. Danilo tem experiência e competência para o tamanho dos desafios atuais e está preparado para dar continuidade aos avanços conquistados pelo nosso Estado nas gestões exitosas de Eduardo Campos e Paulo Câmara.

 

Suas ideias se contrapõem aos demais projetos que estão sob o guarda-chuva de uma liderança que defende a destruição do meio ambiente, ataques às mulheres e segmentos sociais, envenenamento de lavouras, fim do patrimônio nacional, fim da saúde e da educação pública, entre outros absurdos.

 

Os desafios são imensos e urgentes, todos sabemos. Mas estamos no caminho certo, escolhendo Danilo para conduzir os destinos do nosso Estado, ao lado dos que querem democracia, desenvolvimento e oportunidades para todos.

 

Deputado Isaltino Nascimento.

Priscila Krause – Foto Mariana Carvalho/Divulgação

 

As chances de o partido governista renovar o mandato em Pernambuco são reduzidas em 2022, por dois motivos principais. O primeiro é a falta do que mostrar aos eleitores, como resultados e benefícios para a população, após mandatos consecutivos de exercício do poder.

 

Um poder exercido para dentro do Palácio do Campo das Princesas, e não para fora, visando arranjos de influência política, e não a melhoria da qualidade de vida dos pernambucanos.

 

Os reflexos são percebidos sem grande esforço: o estado empobrecendo, perdendo competitividade econômica, e mostrando graves problemas estruturais com amplas repercussões sociais. Sobretudo nas últimas duas gestões, sob a “liderança” do governador Paulo Câmara (PSB), o desempenho político do partido e do grupo que estão no poder não se traduz em consequências efetivas positivas para a coletividade, numa clara distorção da finalidade da função pública.

 

Alguns indicadores evidenciam a decadência estadual, refletindo a continuidade da má gestão ao longo de tanto tempo. A começar pelo desemprego, na casa dos 20% da população em idade de trabalhar, o maior índice do Brasil. O enorme contingente de desempregados busca oportunidades de ocupação e renda, e não, amparos financeiros provisórios, de baixo valor e sempre insuficientes.

 

Vale recordar que, no período mais difícil da pandemia, com restrições nas atividades econômicas, nada menos que 99% das vagas formais de emprego perdidas em Pernambuco foram de mulheres. Entre outras carências na política de desenvolvimento estadual, falta a geração de condições melhores para que as mulheres sejam capazes de postular o mercado de trabalho.

 

O desemprego estrutural está relacionado à pobreza que aumenta nas ruas das cidades, como no Recife, onde paisagens históricas estão tomadas pela população de sem-teto e sem-emprego. Não por acaso, a competitividade em Pernambuco encontra-se igualmente em baixa, num estado com fraca atratividade para investimentos e empreendimentos.

 

Outros estados do Nordeste se destacam por serem mais competitivos, há anos, como o Ceará e a Bahia. Até mesmo no Nordeste Oriental, em comparação com a Paraíba e o Rio Grande do Norte, Pernambuco está cada vez mais deixando a desejar, na evolução de indicadores econômicos e sociais. Em quarto lugar no Nordeste e em 15º no Brasil, no ranking de competitividade do Centro de Liderança Pública em 2021, estamos ficando para trás, sem planejamento para o crescimento, nem ganhos a computar em uma década.

 

Como não é surpresa, a decadência econômica acarreta um empobrecimento generalizado com repercussões em várias faces da vida social – e a violência é uma delas. No ano passado, Pernambuco ostentou o terceiro maior número de assassinatos em todo o País, com 3.370 mortes violentas. A situação está tão ruim nesse campo, que o estado se situa entre os mais violentos.

 

Uma realidade que amedronta a população, e desafia o poder público, na esfera estadual e nos municípios, para garantir o mínimo de segurança a tranquilidade para os cidadãos. Pernambuco perde apenas para a Bahia e o Rio de Janeiro na quantidade de assassinatos. Como detém a população menor que esses outros estados, Pernambuco passa a frente e assume a liderança quando o dado se transforma na taxa de homicídios por 100 mil habitantes.

 

Para se ter uma ideia, por aqui a taxa é de 34,8 assassinatos por cada 100 mil habitantes, enquanto no Rio de Janeiro é de 19,4 por 100 mil. Sem reconhecer a deficiência no combate ao crime, o governo do PSB repete falácias, ao afirmar, por exemplo, que os homicídios estão no nível mais baixo desde 2004 – imaginemos se não estivesse!

 

Com tantos problemas no dia a dia da população e tão pouco a mostrar de bons resultados, as chances de renovação do governo do PSB são diminutas.

 

Deputada Priscila Krause.

Compartilhar